Ataque perto de sinagoga faz cinco mortos na Tunísia

Agência Lusa , AG
10 mai 2023, 07:59
Ataque perto de sinagoga na Tunísia (Tasnim Nasri/Getty Images)

Vários agentes de segurança ficaram feridos na sequência do ataque realizado por um guarda do Centro Naval da Guarda Nacional

Cinco pessoas morreram e pelo menos dez ficaram feridas esta terça-feira, num ataque nas imediações da sinagoga de Ghriba, na ilha tunisiana de Djerba, divulgou o Ministério do Interior da Tunísia. O número inicial apontava para quatro vítimas mortais, mas as autoridades esclareceram que um dos polícias feridos acabou por falecer.

"Um guarda do Centro Naval da Guarda Nacional no porto de Aghir matou o seu parceiro utilizando a sua arma de serviço”, explicou este ministério.

Após recuperar as munições do parceiro, em seguida "tentou chegar às imediações do templo de Ghriba e deliberadamente abriu fogo indiscriminado contra as unidades de segurança destacadas no local, que o impediram de aceder e o mataram", acrescentou a mesma fonte.

No incidente resultou também a morte de dois fiéis que participavam numa peregrinação judaica, noticiou a agência France-Presse (AFP).

Entre os feridos estão seis agentes de segurança com ferimentos em vários graus e quatro civis que foram transportados para o hospital mais próximo para receber assistência.

O Ministério do Interior confirmou que o templo foi isolado e que os participantes estiveram protegidos no interior enquanto as investigações decorriam para descobrir as razões deste ataque "traiçoeiro e covarde".

Em 2002, esta sinagoga, a mais antiga da região do Magrebe, sofreu um ataque ‘jihadista’, reivindicado pelo grupo Al Qaeda, que matou 21 religiosos.

Segundo a organização, mais de 5.000 peregrinos judeus, principalmente do estrangeiro, participaram este ano na peregrinação à Ghriba, que foi retomada no ano passado após uma interrupção de dois anos devido à pandemia de covid-19.

Organizada todos os anos no 33.º dia da Páscoa, a peregrinação de Ghriba está no centro das tradições dos tunisianos de fé judaica, que não passam de 1.500 por ano, a maioria estabelecida em Djerba, contra 100.000 antes da independência em 1956.

Os peregrinos também se deslocam tradicionalmente de países europeus, dos Estados Unidos ou de Israel.

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