Soldados chineses prometem sacrificar a vida num ataque contra Taiwan: "O meu avião de combate seria o último míssil a avançar em direção ao inimigo"

CNN Portugal , BCE
7 ago 2023, 12:21
Mar do Sul da China (Getty)

Militares do Exército Popular de Libertação chinês surgem num vídeo de propaganda de Pequim que apresenta várias simulações de ataques contra Taiwan

"Chasing Dreams" (Perseguir Sonhos, em tradução livre) é o nome da nova série documental lançada pela China dedicada à forma como o exército de Pequim se está a preparar para atacar Taiwan.

Dividida em oito partes, a série foi transmitida na semana passada pela emissora estatal CCTV para assinalar os 96 anos do Exército Popular de Libertação (PLA) e, além de apresentar simulações de ataques militares, revela também testemunhos de dezenas de soldados que dizem estar prontos para sacrificar a a vida num eventual conflito com Taiwan.

"Se a guerra começar e as condições forem demasiado difíceis para retirar as minas navais num combate, nós vamos usar os nossos próprios corpos para abrir um caminho seguro para as nossas forças", declarou Zuo Feng, mergulhador do PLA.

Li Peng, um piloto do batalhão Wang Hai, da força aérea do PLA, disse mesmo que o seu avião de combate seria "o último míssil a avançar em direção ao inimigo" no caso de não ter outras munições ao seu dispor.

Embora admita que seria doloroso perder companheiros em combate, Fan Lizhong, comandante de uma unidade de táticas especiais, salientou que é necessário manter a calma nestas situações e estar sempre pronto para lutar.

Esta série documental é mais uma iniciativa de propaganda do exército chinês que visa não só mostrar o aparente poderio militar de Pequim, como também alavancar o nacionalismo chinês perante os crescentes apoios dos EUA àquela ilha. Ainda no mês passado, a Casa Branca anunciou um pacote de ajuda militar para Taiwan no valor de 345 milhões de dólares (correspondente a cerca de 314 milhões de euros).

De acordo com a imprensa norte-americana, foi a primeira vez que os EUA enviaram ajuda deste tipo a Taiwan, a partir do inventário do Departamento da Defesa, em vez de fazê-lo por meio do programa de vendas militares ao exterior.

Na altura, a China apresentou um protesto formal aos EUA, qualificando esta ajuda como uma “ameaça à paz e estabilidade” no Estreito da Formosa.

“Enviar um pacote de ajuda militar para Taiwan constitui uma interferência grave nos assuntos internos da China e prejudica os interesses de segurança e a soberania da China”, disse o porta-voz do ministério da Defesa chinês, Tan Kefei, em comunicado, acrescentando que "algumas pessoas nos Estados Unidos continuam a instigar a ‘independência de Taiwan’, em conjunto com forças separatistas, para provocar e aumentar o confronto e a tensão no Estreito de Taiwan”.

Taiwan é uma das principais fontes de tensão entre a China e os Estados Unidos, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado militar no caso de uma guerra contra a China.

A ilha funciona como uma entidade política soberana, no entanto Pequim considera Taiwan uma província sua e ameaça usar a força caso a ilha declare independência.

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