Taça: Montalegre-Benfica, 0-1 (crónica)

António Ramos , Estádio Municipal Dr. Diogo Alves Vaz Pereira, Montalegre
19 dez 2018, 23:08
Montalegre-Benfica

Águia em modo de serviços mínimos

E a Taça de Portugal levou a festa ao Portugal profundo.

A simpática e acolhedora vila barrosã de Montalegre, conhecida pelo bom fumeiro e palco das sextas-feiras treze, desta vez deu-se a conhecer ainda mais graças à visita de um dos grandes do nosso desporto-rei, precisamente o adversário mais desejado e que a bolinha acabou por calhar em sorte, o Benfica.

Desde o sorteio que Montalegree tudo providenciou para que o jogo se realizasse no seu campo e nesta quarta-feira muito cedo a vila se engalanou a preceito. É que a coisa não era para menos, já que não é todos os dias que o Benfica aparece por estas bandas e logo para disputar a sério uma eliminatória.

Os bravos rapazes do emblema barrosão, quiseram fazer jus à razão de serem ainda os únicos sobreviventes de um escalão não profissional nesta competição, muito à custa do seu mérito, registe-se!

FILME E FICHA DE JOGO

E, em campo, pareceram não se intimidar ante um gigante. Estava aqui a reeditar-se o episódio bíblico de David e Golias? O técnico do clube transmontano tinha ficado eufórico aquando do sorteio, considerando que o mesmo tinha sido bonito. Para os rapazes que orienta, apenas deixou este desejo: «...quero que sejam felizes e sintam o prazer de jogar um jogo grande.»

E assim foi acontecendo. A equipa, no coletivo, foi jogando com todo o entusiasmo, esquecendo que do outro lado estava o colosso Benfica. De tal forma se entusiasmaram os comandados de Viage que a primeira grande emoção do jogo foi criada por eles, quando iam decorridos 7 minutos e a bola rondou com perigo as redes à guarda do jovem Svilar. O autor da quase proeza, foi Vítor Pereira, mas a bola saída da sua cabeça acabou por sair ao lado da baliza.

Como que espicaçados com o meio susto, os encarnados quiseram tomar conta do jogo e foram-se adiantando no terreno, conseguindo mesmo algum ascendente, ganhando uma sucessão de cantos. Nesta insistência, saiu bem o ditado antigo, tantas vezes o cântaro vai à fonte...e assim, aos 31 minutos, surgiu o golo, por intermédio de Conti, na sequência de mais um canto, marcado por Zivkovic. Na defensiva barrosã, onde se destacava o veterano central Vítor Alves, que não só foi tampão, como ia distribuindo o jogo para os seus companheiros se adiantarem no terreno. Não pareceram afetados pela desvantagem os montalegrenses, pois logo de seguida se fizeram à vida, reagindo de forma positiva ao inconformismo registado.

Assim, aos 37 minutos, os milhares de adeptos que nesta quarta-feira encheram o estádio voltaram a sentir a emoção do golo. Desta vez o intérprete foi Paulo Roberto, mas as intenções saíram frustradas com a bola a sair ao lado, para alívio de Svilar. O período complementar trouxe equilíbrio ao jogo. Ambas as equipas procuraram o golo. O Montalegre mostrando incómodo perante a desvantagem no marcador, enquanto que o Benfica, com receio de ser surpreendido, tentou ampliar a vantagem, mas, no computo geral, as oportunidades de golo foram escassas, registando-se dois momentos: aos 60 minutos com Guedes a ser mais uma vez herói, ao defender um golo feito, a remate de João Felix.

Depois, respondeu o Montalegre, aos 68 minutos, onde o empate esteve mesmo à vista, por ação de Tavares, mas a bola, caprichosamente, acabaria por sair ao lado da baliza defendida por Svilar.

Assim, num jogo bem disputado, o Montalegre acabou por bater-se com galhardia, perante um Benfica de segundas linhas que poderia (e devia) ter feito mais.

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