Sri Lanka: protesto em Singapura contra estadia do ex-presidente mobiliza apenas uma pessoa

Agência Lusa , AM
17 jul 2022, 08:28
Protestos contra o presidente do Sri Lanka (EPA)

Singapura assegurou que Rajapaksa não procurou "asilo político nem que este lhe foi concedido", embora não se saiba quanto tempo ficará na cidade-Estado de 5,7 milhões de pessoas

Um protesto em Singapura contra a estadia na ilha do ex-presidente do Sri Lanka, que fugiu quarta-feira daquele país após meses de protestos, mobilizou apenas uma pessoa na cidade-Estado asiática.

"Achei que alguém devia falar sobre isto, sobre a mensagem que estamos a enviar ao resto do mundo e à comunidade internacional tendo aqui o Sr. Gotabaya Rajapaka", disse Prabu Ramachandran, um antigo candidato do partido da oposição Peoples Voice, de acordo com o diário Straits Times.

Prabu apelou a um protesto nas redes sociais no sábado contra a chegada de Rajapaksa a Singapura na quinta-feira, proveniente das Maldivas, após fugir do Sri Lanka, mas apenas uma pessoa apareceu para o ouvir, enquanto cerca de duas dezenas acompanharam o evento transmitido 'online' pelo jovem de 34 anos.

"Não o queremos. Ele é uma pessoa controversa politicamente. Ao contrário do que tem sido dito, ele não é apenas mais um cingalês. Por que o acolhemos?", perguntou Prabu, que agora trabalha na área das finanças na próspera ilha.

A chegada de Rajapaksa a Singapura, hospedado num hotel com a mulher e guarda-costas, tem recebido pouca cobertura na imprensa local da ilha, que é alvo de forte censura pelas autoridades do país, governado pelo Partido da Ação Popular desde a independência da Malásia em 1965.

A polícia avisou na quinta-feira, pouco depois de Rajapaksa aterrar em Singapura num voo saudita das Maldivas, que aqueles que participassem em "manifestações ilegais" enfrentariam um processo judicial.

Singapura assegurou que Rajapaksa não procurou "asilo político nem que este lhe foi concedido", embora não se saiba quanto tempo ficará na cidade-Estado de 5,7 milhões de pessoas.

Rajapaksa, no poder desde 2019, demitiu-se assim que chegou a Singapura, pelo que, tendo perdido a imunidade garantida enquanto Presidente, poderá ser alvo de um processo judicial se regressar ao Sri Lanka, que sofre a sua mais grave crise económica desde a independência em 1948, uma realidade que originou os recentes protestos antigovernamentais.

O parlamento do Sri Lanka iniciou no sábado o processo de escolha do próximo Presidente, que irá governar a nação provisoriamente.

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