Varandas: «O Ruben Amorim sabe o que pretendemos para além de 2024»

15 nov 2022, 22:02
Sporting-V. Guimarães

Presidente deu a entender que já apresentou uma proposta de prolongamento de contrato ao treinador

Frederico Varandas, em entrevista à RTP3, garantiu que a continuidade de Ruben Amorim no Sporting nunca esteve em causa e diz mesmo que, depois de ter pago 10 milhões pelo treinador há três anos, agora pagaria 15.

«Muito se tem falado do Ruben Amorim. O que me interessa, muito mais do que se diz, é o que é de facto real. O que importa para mim é a relação diária que tenho com o treinador. Nessa relação, em que está o treinador, o diretor desportivo e o presidente. Se há uma coisa que temos, além de uma excelente relação profissional, é uma excelente relação pessoal», começou por referir.

Logo de seguida, o presidente lembrou que o treinador tem contrato até 2024 e deu a entender que já terá uma proposta para prolongar esse vínculo. «Estamos completamente alinhados no que é o projeto desportivo do Sporting. O Sporting tem o privilégio de ter um dos melhores treinadores do Mundo, tem contrato até 2024. O Ruben Amorim sabe o que pretendemos para além de 2024 e o Ruben Amorim foi uma peça fulcral no crescimento e na recuperação do clube. Paguei há quase três anos 10 milhões de euros, hoje pagaria 15», acrescentou.

Ruben Amorim disse, recentemente, em conferência de imprensa, que ia ficar até ao final da corrente temporada, mas depois ia fazer uma avaliação do seu percurso esta temporada. «O Ruben já disse que não é normal um treinador aguentar-se tanto tempo num clube grande com tantos desaires. Para mim, no Sporting é normal. Hoje fala-se no momento desportivo do Sporting e em crise. Estamos a doze pontos, estamos. A análise critica em Portugal para mim é pobre e fraca. Normalmente quando se ganha, está tudo bem, e, normalmente quando se perde, está tudo mal», comentou.

Apesar dos maus resultado, Frederico Varandas faz uma avaliação positiva do trabalho de Amorim. «Houve jogos em que ganhámos no ano em que fomos campeões em que até jogámos mal e vencemos, mas depois a crónica é muita competência, muito sangue frio. Jogos como este ano, em que massacrámos adversários, não fomos eficazes e acabámos por perder na única ocasião que lá foram, a crónica é que o Sporting é frágil, não sabe jogar, está débil. Essa é a análise resultadista da sociedade, não é só do desportivo», referiu.

O presidente admite a crise de resultados, mas não da qualidade do futebol do Sporting. «Não é essa a análise que fazemos. Existe uma crise de resultados, sim, é evidente, mas não existe uma crise estrutural, não existe crise de qualidade do treinador, não existe crise de qualidade do grupo. Temos uma ideia de jogo muito bem definida, jogamos como equipa grande, criamos mais oportunidades de golo do que em qualquer dos últimos dois anos com Ruben Amorim, Simplesmente não temos sido eficazes como fomos tínhamos sido nas duas últimas épocas», prosseguiu.

Além disso, Frederico Varandas associa os maus resultados às muitas lesões no plantel. «Além das perdas que tivemos por saídas, há um facto que ninguém fala: isto é um desporto, há variáveis que se controlam e outras que não. Nos dois primeiros anos de Ruben Amorim tivemos duas leões traumáticas. Em seis meses deste ano já tivemos sete lesões traumáticas. Daniel Bragança, que ninguém fala, Neto, St. Juste, que perdeu toda a pré-época, o Nuno Santos agora, Chegámos a ter três centrais de fora. Quando há competitividade que aguente com seis ou sete lesões. Temos tido azar aí», destacou.

Quanto às derrotas, Varandas fala em falta de eficácia, mesmo no jogo no Dragão. «Não concordo que a equipa jogue mal. Vou dar um exemplo. O Sporting perde este ano com o Chaves, com o Arouca a até com o FC Porto, onde o Sporting teve as melhores ocasiões de golo. Perdemos no Dragão, mas tivemos maior posse de bola e o melhor jogador em campo foi o guarda-redes do FC Porto. Contra o Arouca podia estar ao intervalo 4-0. Contra o Chaves podia estar 5-0», referiu ainda.

Durante a entrevista, o presidente do Sporting foi confrontado por várias vezes com a transferência de Matheus Nunes, que gerou desconforto em Ruben Amorim: «Estas vendas têm de ser feitas porque o ‘fair-play’ financeiro assim o obriga. Porque, para fazermos um investimento de ‘x’, temos de fazer receitas de ‘y’. Se queremos ter um bocadinho mais de investimento, vamos ter de fazer receitas extraordinárias.»

«Na última época antes de sermos campeões perdemos Bruno Fernandes, Acuña, Wendel e Mathieu. E fomos campeões. Agora, se me pergunta se o Sporting tem a responsabilidade de ser campeão, não tem. Quando se vê o investimento que outros fazem, não tem. Exijo isso ao meu treinador e ao grupo? Não. Dizer que o Sporting está a 12 pontos [do primeiro lugar do campeonato] porque Matheus Nunes saiu é menorizar aquele grupo de trabalho», rematou o dirigente.

 

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