Boavista-Sporting, 1-3 (crónica)

Não basta a festa pelo regresso à Liga: é preciso trabalhar. E há tanto para fazer no Bessa…

Está de volta o Boavista, mas o túnel ainda tem pouca luz. Passado o clima de euforia pela recolocação, por via administrativa, no principal escalão do futebol português, está na hora de os homens do Bessa se voltarem para um problema grave: a equipa tem de melhorar muito para aguentar o nível da Liga e honrar camisola tão histórica.

Frente a um Sporting que só o era no papel, visto que na prática foi a equipa B leonina a entrar em campo, os homens de Petit mostraram que o jovem treinador terá muito trabalho pela frente para afinar a máquina axadrezada. O público acredita mas terá de ter muita paciência com um grupo inexperiente e, claramente, com falta de entrosamento. Um dado, para já, é certo: não é difícil melhorar.

O resultado, que se saldou por uma vitória do Sporting por 1-3, até é o menos importante. As notas que Petit tirou serão, certamente, mais preocupantes do que esta diferença. A equipa B leonina, na verdade, teve ocasiões para vencer por outros números.

É certo que os leões ganharam confiança com o golo madrugador de Iuri Medeiros, num remate forte, aproveitando a falha de marcação na área. Idris e Tengarrinha, os homens mais recuados do miolo axadrezado, não estiveram na tarde mais inspirada. Precisam de ganhar rotinas com urgência. Petit, por exemplo, corrigiu várias vezes os movimentos de Idris.

Os «meninos» de Alvalade mostraram qualidade e deixaram, até, alguma água na boca. Chaby, sobretudo, mas também Daniel Podence, Iuri Medeiros ou Mica.

Um empate que maquilhou a ferida

Com Brito a funcionar como principal esperança ofensiva do Boavista, dado o apagão de Zé Manuel e a falta de rotinas evidente de Diego Lima, os axadrezados ainda empataram, na fase em que pareceram ter o jogo mais equilibrando.

Antes de Bobô finalizar à ponta de lança para o 1-1, já o central Lucas tinha atirado à trave, de cabeça após livre, no primeiro lance de perigo do Boavista. Também Diego Lima, em boa posição, tinha rematado macio demais para ferir.

O golo de Bobô, contudo, apenas maquilhou a ferida evidente. O Sporting pegou no jogo outra vez e, não tendo criado lances de perigo até ao descanso, fê-lo na segunda metade.

Mika evitou que Daniel Podence marcasse mas, pouco depois, num desentendimento com Lucas, viu Cissé recolocar o Sporting na frente. E o Boavista, aí, acusou mesmo o toque.

Cissé, Mica e Podence, outra vez, tiveram ocasiões para aumentar a contagem, mas, por falta de pontaria ou inspiração de Mika, o do Bessa, nada mudou. O Boavista ainda cresceu, mas sem marcar. E ainda sofreu o terceiro, em lance brilhante de Chaby, finalizado por Enoh.

FICHA DE JOGO: