«Vitória inteiramente justa», afirma Manuel Cajuda

2 dez 2000, 22:49

Braga - FC Porto, 2-1 (reportagem) O técnico do Braga continua a adoptar o discurso de elogio aos seus jogadores e refere que a equipa «pode continuar a fazer um excelente campeonato». Fernando Santos admite que «faltou atitude de revolta» e «passividade» quando o FC Porto se viu a perder.

O triunfo do Braga sobre o FC Porto não altera o discurso de Manuel Cajuda, que desde o início do campeonato tem feito a apologia ao trabalho e à entrega dos seus jogadores. Na opinião do técnico, esta foi uma «vitória inteiramente justa, que é dedicada a duas personalidade diferentes, embora sejam encaradas como um grupo: ao projecto Homem, que nos deu muita força depois da derrota com o Estoril, e à massa associativa, que merecia uma vitória significativa ». 

Os elementos que conduziram à obtenção dos três pontos são facilmente detectáveis na análise de Cajuda. «Enquanto for treinador do Braga, os jogadores vão sempre lutar e serão consecutivamente elogiados por isso. Demonstrámos em 23 semanas de trabalho que merecemos o benefício da dúvida e não podemos ser julgados pelo que aconteceu na semana passada. Acredito, sinceramente, que o Braga pode fazer melhor do que tem feito nos últimos tempos», advogou. 

Num jogo em que os não podia contar com Feher e Odair, «o Braga entrou em campo com as armas que tinha e chegou merecidamente à vitória. Porém, o que mais me interessa é que tenho um balneário com excelentes homens. Vencemos uma das melhores equipas, senão a melhor». A «primeira parte sensacional» dos arsenalistas foi a última razão apresentada pelo técnico vitorioso, apesar do «penalty inexistente ter obrigado a sofrer».  

Manuel Cajuda concluiu o discurso com nova referência aos jogadores: «Tenho razões mais do que suficientes para dar a cara pela equipa quando as coisas não correm bem. Estamos a fazer um campeonato excelente e esta noite fomos melhores, porque jogámos melhor e rematámos mais». 

«Faltou-nos atitude de revolta», advogou Fernando Santos 

O treinador do FC Porto não ficou nada satisfeito com a exibição da equipa nos primeiros 30 minutos, onde considera que os seus jogadores «deixaram que o Braga pressionasse logo na posse de bola e que controlasse o meio-campo. Faltou-nos atitude de revolta para ultrapassar esta fase. Aliás, os dois golos que sofremos são o espelho da passividade, nomeadamente no primeiro, em que o jogador até teve de se baixar para cabecear. Isto aconteceu numa equipa que tem demonstrado grande consistência defensiva. Houve mérito do Braga, mas também demérito nosso». 

Para Fernando Santos, «na segunda parte houve uma abordagem diferente. Insistimos, criámos algumas oportunidades, mas o Quim fez quatro ou cinco defesas muito boas. Penso que, pelo que fizemos a segunda parte, podíamos ter chegado ao empate e o 2-2 teria sido o resultado mais justo». 

Jogadores do Braga consideram que não houve penalty 

O sentimento unânime dos jogadores em maior destaque no Braga assenta na alegria pela vitória obtida depois do mau resultado do fim-de-semana passado e a sensação que o jogo poderia não ter sido tão sofrível se não tivesse sido assinalado um penalty a favor do FC Porto. 

Riva teve motivos redobrados de alegria, porque marcou um golo «que já andava à procura há algum tempo», mas o «mais importante foi a vitória depois do desaire na Taça». Barroso também abordou a importância do triunfo na semana seguinte à derrota com o Estoril: «Dissemos que íamos vencer depois do que aconteceu na Taça. Temos uma boa equipa e demonstrámos que o que aconteceu com o Estoril pode surgir aos melhores». 

No que concerne à grande penalidade assinalada por António Costa, Quim e Barroso têm opinião unânime: «Não foi penalty». De qualquer forma, o médio avisou que «os árbitros são como todos nós, eles são seres humanos e também erram». O guarda-redes desvalorizou a sua exibição e justificou a vitória com o «excelente jogo da equipa, que passou por momentos difíceis durante a semana soube ultrapassá-los». 
 

Fehér ficou feliz 

Dividido pelas emoções de assistir ao jogo na bancada, Fehér não escondeu a felicidade pela vitória do Braga, apesar de estar contratualmente ligado ao FC Porto. «Fiquei feliz, porque neste momento a minha equipa é o Braga», revelou. 

Na perspectiva do avançado húngaro, o Braga ganhou «com mérito, os jogadores trabalharam bem e hoje não era o dia do FC Porto. Se tivemos mais sorte foi porque nos esforçámos muito para a ter, pelo que o resultado é inteiramente justo. As duas equipas jogaram bem, tiveram oportunidades, mas o Braga fez dois golos e o Quim evitou que o FC Porto fizesse mais do que um». Fehér não escondeu as emoções e bateu palmas aos golos do Braga.

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