Fernando Santos diz que ser campeão da Europa não traz mais motivação nem responsabilidade
Em conferência de imprensa, Fernando Santos anteviu o jogo de preparação com Gibraltar, falou do do duelo de qualificação com a Suíça e deixou claro que ser campeão da Europa não traz mais motivação a ninguém nem responsabilidade.
«Se houve alguma coisa que esta equipa mostrou até agora de forma inequívoca foi a sua motivação. Todos os jogadores desde que aqui estou presente sempre mostraram uma atitude incrível. Já disse isto muitas vezes, sempre que representámos o nosso país não representámos só o clube A, B ou C, representámos o povo, mesmo os que não gostam de futebol estão representados nesse momento. É Portugal que joga, é o hino de Portugal que toca, é a bandeira portuguesa que sobe... Isso é que é o fator motivacional. O resto é normal», salientou.
Quanto a ser o campeão da Europa em título é algo que só vai importar daqui a quatro anos: «Os jogadores são grandes profissionais que em cada jogo dão o seu melhor, não há motivação a mais nem responsabilidade a mais. Portugal é campeão da Europa e vai ser até 2020 quando estiver presente nessa fase final. Até lá será sempre o campeão em título e lá procurará defendê-lo. Só nesse momento haverá essa responsabilidade de ser o campeão da Europa e defender o seu título. Até lá esse aspeto terminou e temos agora uma fase de apuramento para o campeonato do Mundo e queremos fazê-la bem, procurar chegar em primeiro lugar e o mais rápido possível. Sabendo das dificuldades que vamos enfrentar e é nisso que estamos focados.»
E continuou, explicando que o segredo para o sucesso do Euro em França vai manter-se: «Acreditámos no nosso valor, nas nossas capacidades. Sei que este grupo vai manter aquilo que é o espírito fundamental, para além da qualidade individual de cada um. Há uma palavra que foi chave e essa tenho a certeza que se irá manter: é que «Nós» fomos campeões da Europa. Aqui não ganhou o Joaquim, o Manel...nem os jogadores ou dirigentes, ganhámos todos. Fomos «Nós» que construímos isto e «Nós» vamos continuar iguais a nós próprios.»
O jogo com Gibraltar e o início da qualificação com a Suíça
Confrontado sobre o porquê da escolha de Gibraltar para um particular antes da qualificação para o Mundial 2018, Fernando Santos foi claro: «Tem zero a ver com a Suíça. O que é importante neste jogo é reunir os jogadores e também tem a ver com o facto de podermos dar àqueles que precisam mais momentos e minutos de jogo para mais próximo do jogo da Suíça estarem melhor naquilo que são ritmos de jogo.»
«Vai haver seis substituições, é um jogo distinto, queremos procurar nalguns casos dar ritmo. Aquilo que é entrega, determinação, motivação e vontade de estar no jogo tem que estar sempre presente», esclareceu.
O selecionador acrescentou também que encontrou os jogadores num estado físico «muito bom» para a altura.
«Aquilo que me tem sido dado a ver nos treinos, e ainda temos mais três ou quatro treinos [antes da Suíça], é que os jogadores estão, nenhuma está na plenitude da sua forma física claro, num muito bom nível. Quer também no nível técnico e estratégico. A equipa está com os mesmos índices de confiança e os jogadores estão a responder muito bem. Vamos escolher para o jogo da Suíça os que dão mais garantias.»
Fernando Santos foi ainda questionado sobre a convocatória de alguns jogadores acima dos 30 anos e defendeu-os, dando até uma palavra de motivação aos que estão ao serviço de Rui Jorge.
«Idade? Não preocupa rigorasamente nada porque estes estão num excelente momento. Dão garantias e para além disso há jogadores, em qualquer posicão do campo, que podem chegar à seleção nacional, jogadores jovens que têm capacidade para estar presente na equipa nacional. Portugal não vai ter problemas nesses aspeto, há vários jogadores que eu penso que se houver necessidade rapidamente podem estar ao serviço da seleção nacional. Neste momento entendi que é melhor que estejam nos sub-21. No momento exato sei que estão aptos.»
