Mundial2018: Ilhas Faroé-Portugal, 0-6 (crónica)

10 out 2016, 22:09

A noite de sonho do senhor Silva

André Silva tomou-lhe o gosto com o primeiro golo frente a Andorra e esta noite, em Tórshavn, marcou mais três na goleada que Portugal impôs às Ilhas Faroé (6-0). Três golos em que o avançado do FC Porto colocou em evidência todo o seu sentido de oportunidade e instinto de matador. Mas Portugal não se ficou por aqui, depois dos seis golos marcados a Andorra na sexta-feira, mas meia-dúzia esta segunda-feira. No fundo, são duas boas notícias para a seleção portuguesa que, além de somar a segunda goleada em quatro dias (doze golos marcados e nenhum sofrido), parece ter encontrado finalmente um herdeiro de Pauleta e Nuno Gomes.

Confira a FICHA DO JOGO

Fernando Santos deu novo voto de confiança ao jovem avançado que voltou a fazer dupla com Cristiano Ronaldo na frente de ataque num onze que, em relação a sexta-feira, contou com três alterações. Uma previsível, tendo em conta a lesão de Raphael Guerreiro, com a entrada de Antunes, à qual se acrescentam as entradas de William Carvalho e João Mário para os lugares de João Moutinho e Bernardo Silva.

Portugal entrou no jogo a mandar, perante um grande ambiente nas bancadas, com a maior parte dos adeptos a cantar ao longo de todo o jogo, mas a verdade é que sentiu algumas dificuldades para encontrar espaços nos minutos iniciais. Portugal tinha uma elevada posse de bola, mas não conseguia ganhar profundidade perante a forte pressão que o adversário exercia sobre o detentor da bola que, aliada a marcações cerradas a toda a largura do terreno, ia-lhe permitindo constantes recuperações de bola.

A seleção demorou a ambientar-se ao sintético do Tórsvøllur, mas acabou por encontrar o caminho para as redes de Nielsen, graças à inspiração de André Silva que abriu o marcador aos 12 minutos. Um lance que começa em William Carvalho, João Mário conduz a bola, tenta uma assistência, Gregersen corta, mas André Silva antecipa-se e, diante de Nielsen, atira a contar. Estava aberto o caminho para nova goleada. Portugal acentuou a pressão e, dez minutos depois, novo golo do avançado do FC Porto. João Mário mais uma vez no lance, a abrir sobre direita, a solicitar Quaresma que cruza tenso. A bola sofre um desvio num defesa, o guarda-redes defende para a frente e o avançado, mais uma vez bem colocado, marca de cabeça.

De repente parecia tudo mais fácil, com as Ilhas Faroé a perder a consistência que tinha apresentado nos primeiros instantes. Portugal estava agora instalado no meio-campo adversário, com João Mário em destaque sobre a esquerda em constantes combinações com Ronaldo, mas o terceiro golo, aos 37 minutos, surgiu do lado contrário. Bomba de Cancelo, Nielsen defende para a frente onde estava mais uma vez, sempre bem colocado, o inevitável André Silva.

Noite de sonho para o jovem avançado, a grande figura deste jogo até ao intervalo. Portugal já tinha o objetivo alcançado nos primeiros 45 minutos, mas ainda havia mais para contar. O jogo recomeçou com um ritmo bem mais lento do que como tinha acabado a primeira parte, com as Ilhas Faroé a recorrer a muitas faltas e a impor constantes interrupções no jogo. Foram quase vinte minutos em que houve mais animação nas bancadas do que no relvado, até que Ronaldo também entrou na festa, com uma bomba com o pé esquerdo, depois de uma série de tabelinhas com João Mário. As atenções voltavam ao relvado.

As Ilhas Faroé quebravam definitivamente a resistência e Fernando Santos aproveitava para refrescar a equipa, com as sucessivas entradas de Gelson, Éder e João Moutinho que acabariam por ser determinantes no avolumar do resultado. André Silva ficou a centímetros do «poker», num desvio a um cruzamento açucarado de Gelson e Pepe, com uma cabeçada, também esteve muito perto de colocar a sua assinatura do quinto golo que acabou por ter o nome de João Moutinho já nos últimos suspiros do jogo. Remate em arco de fora da área, indefensável para Nielsen.

Mas ainda houve tempo, em período de compensação, para repetir os números da goleada a Andorra, com Cancelo a marcar mais um, o terceiro em três jogos do lateral do Valencia. Um golo que nasce numa espetacular assistência de Gelson Martins (a segunda em pouco mais de vinte minutos) que rasgou a defesa das Ilhas Faroé e abriu caminho para o desfile imparável de Cancelo.

Mais uma demonstração de força do Campeão da Europa que, depois das hesitações demonstradas frente à Suíça, parece estar de volta ao caminho certo para mais uma qualificação para uma fase final.

 

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