«Sabíamos que eles iam quebrar», diz Agostinho Oliveira

2 set 2000, 19:15

Estónia-Portugal (sub-21), 1-3 O seleccionador dos sub-21 explica que a diferença de andamentos na segunda parte foi decisiva para a vitória. «Tínhamos de ter paciência», justifica. Quanto à receita para esta nova fornada de talentos, a sua opinião é simples: «Respeito a sua qualidade, só é preciso soltá-los».

O responsável técnico dos sub-21, Agostinho Oliveira, não ficou surpreendido pelas dificuldades iniciais colocadas pela Estónia: «Vínhamos preparados para o vazio porque não conhecíamos o adversário. Por isso, tivemos de equilibrar rapidamente a nossa estrutura táctica, face à forma de jogar deles», explicou.  

Vendo-se em desvantagem logo aos 5 minutos, o seleccionador não ficou demasiado preocupado: «O golo deles foi contranatura, mas soubemos ter a atitude apropriada. Acabámos a primeira parte a desenvolver um futebol bonito, expressivo, mas pouco funcional».  

No entanto, ressalva, a segunda parte estava destinada a ser diferente: «Sabíamos que ia aparecer uma fase de desgaste na Estónia e tínhamos de ter paciência. Quando introduzi as alterações na segunda parte foi a prever que os estónios, mais cedo ou mais tarde, teriam de quebrar fisicamente». Foi o que aconteceu, com a reviravolta no marcador a ser explicada por dois argumentos: «Assentámos o jogo e aproximámo-nos da zona de finalização», analisou Agostinho Oliveira. 

Questionado acerca das diferenças introduzidas nesta nova selecção de sub-21, Agostinho Oliveira admitiu: «Tenho um cunho próprio, que a maioria destes jogadores conhece há muito tempo, sabendo perfeitamente o que pretendo deles. Esse cunho passa pelo respeito pela qualidade que eles possuem. Há que destravá-los, soltá-los mais. Até podemos passar por alguns amargos de boca, como hoje, mas soltando estes jogadores eles acabam por se encontrar e dão bons espectáculos», afirmou. 

Tarmo Ruutli: «Resultado até foi leve» 

Tarmo Ruutli, seleccionador dos sub-21 da Estónia, não escondeu a sua admiração pelo futebol português: «Foi um bom jogo, e Portugal apresentou uma boa equipa, muito forte, como eu já esperava. Foi bom para os meus jogadores verem coomo se pode ser bom no futebol a todos os níveis: técnico, físico, na velocidade e na finalização», referiu.  

Apesar da derrota, Ruutli não vê motivos para lamentar seja o que for: «Não estou desapontado porque o resultado não foi mau, até foi leve. As diferenças de nível são óbvias, e podíamos recear algo pior», explicou, antes de confessar que, mesmo em vantagem, nunca pensou em conseguir outro desfecho: «O 1-0 é um resultado possível de segurar defendendo muito bem. Mas não, nunca cheguei a sionhar com a vitória», esclareceu. 

A concluir, Ruutli avançou uma explicação curiosa para as diferenças de evolução futebolística nos dois campos: «tenho nesta equipa muitos miúdos de 18 anos. E os povos do Norte não crescem tanto em tão pouco tempo como os latinos, precisam de ser mais velhos para atingir a força física adequada», opinou.

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