Portugal-Holanda (sub-21), 3-0 (crónica)

27 mar 2001, 23:40

Movimentos de sucesso A antecâmara do sucesso está a levar os sub-21 para um nível até agora quase inatingível. Com esta vitória a qualificação para o campeonato da Europa está praticamente garantida, sendo que os números servem para vincar a superioridade de uma Selecção com um valor indiscutível e jogadores dignos de suceder aos seus ídolos.

O sonho de uma noite mágica persegue as mentes de jovens talentosos, que estão desejosos de explodir para aparecerem com destaque sob os focos da glória. A antecâmara do sucesso não é desconhecida para os sub-21, que desta vez estão muito perto de conseguirem o apuramento para o campeonato da Europa. 

Era possível esperar que a Selecção jogasse bem, mas dificilmente poderia esperar-se que a vitória sobre a Holanda fosse tão límpida e superior. Os pontos no grupo estavam repartidos, pelo que seria natural alimentar algum receio, dado este ser um jogo fundamental para o apuramento. As duas equipas estavam, por isso, temerárias e equivalentes na estratégia de observação dos erros alheios. 

Com Luís Filipe ausente por lesão, Agostinho Oliveira adaptou Miguel ao meio-campo, colocou Semedo na esquerda, Cândido na direita e Marco Almeida a ponta-de-lança, deixando Paulo Costa no banco. O seleccionador havia de arrepender-se no final, quando teve de fazer as contas do sucesso. Em poucos minutos da segunda parte, Paulo Costa fez dois golos, enquanto Marco Almeida os esbanjou flagrantemente durante o período de empate. 

Portugal jogou quase sempre em superioridade técnica, fazendo uso da extrema qualidade dos seus jogadores, que já não têm de fazer vénias para passar os mais distintos adversários. Preferem subjuga-los através de simulações, passes longos em precisão e dribles mirabolantes, que só servem para baralhar mentes e conceber golos fantásticos.  

Hábito fingido 

O perigoso jeito para falhar nos momentos mais inoportunos, que adiam consecutivamente o êxito, parecia estar a cismar no ataque português. Marco Almeida era solicitado com frequência por Semedo e Cândido, mas insistia em falhar o golo, enviando as bolas mais fáceis para o lado errado da baliza. A Holanda arriscava-se a sofrer, insistindo na defesa em linha e bastante adiantada, num ensaio do que poderá acontecer nos «AA». 

Sem eficácia a vitória não poderia chegar e foi só aos três minutos da segunda parte que Miguel soube decidir bem, usando o contra-ataque para colocar a Selecção Nacional em vantagem. Os holandeses tentavam reforçar o meio-campo e tinham caído no erro de tirar o extremo-esquerdo, que tinha sido o mais perigoso durante o primeiro tempo. Os portugueses aproveitaram da melhor forma e baralharam as intenções do adversário, que não conseguia arranjar soluções para deter a criatividade de Hugo Leal, Cândido e Miguel. 

Só quando faltava pouco mais de meia-hora para acabar o jogo é que Agostinho Oliveira percebeu que era importante colocar Paulo Costa em jogo, porque o contra-ataque seria cada vez mais a arma a utilizar. No primeiro momento em que o avançado pôde interferir no jogo, aproveitou uma inaceitável descontração do guarda-redes Rouwelaar, roubou-lhe a bola e «matou» o jogo, marcando o segundo golo de Portugal. 

Se ainda resistisse alguma dúvida, tudo ficou decidido neste preciso momento. Os portugueses apenas teriam de trocar a bola, como sabem fazer como quase ninguém, e esperar que os holandeses voltassem a errar. O doce acarinhar do jogo deliciava até a entusiasta claque holandesa, que não cessava de tocar e cantar. Para fim de festa, a um minuto do fim, Cândido Costa resolveu fazer mais uma jogada genial e assistiu Paulo Costa exemplarmente para o 3-0.

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