Rui Rocha não fecha portas a IL no Governo. “Para ter ímpeto reformista, conversaremos”

CNN
14 mar, 23:00

Líder da Iniciativa Liberal define três cenários, sendo o mais provável o de o partido ficar na oposição disponível para negociar caso a caso com o governo. Mas não exclui ir para o governo. Até porque, diz em entrevista à CNN, os portugueses decidiram mandar o PS embora. É preciso mudar

Afinal a Iniciativa Liberal não fecha portas a nenhum cenário. Contrariando notícias que garantiam que a IL se recusava entrar num governo, Rui Rocha afirmou esta quinta feira à noite em entrevista à CNN Portugal que há um cenário mais provável do que outros, mas admitiu todos.

“O cenário de base em que nos movemos é estar no Parlamento”: com esta ou com outra formulação, Rui Rocha repetiu esta ideia quase uma dezena de vezes. Até porque os resultados não estão ainda fechados. 

"A nossa posição de base é dizermos que estaremos no Parlamento a apresentar as nossas propostas e a avaliar as propostas dos outros partidos", afirmou. Mas ressalvou não excluir o cenário de entrar num governo. Em função de eventuais circunstâncias.

"Ainda hoje há desenvolvimentos relativamente às questões da Ucrânia, à escalada possível de uma guerra na Europa. [Isso] muda a circunstância ou é entendido que há necessidade de um entendimento mais estrutural que alargue a base de apoio do governo? Nós estamos disponíveis para - como sempre estivemos - discutir essa base. Agora, o que dizemos é que a nossa posição de princípio é que estaremos no Parlamento, mas não fechamos portas, sempre estivemos disponíveis para conversar, para avaliar cenários mais estruturais, e isso mantemos."

Já um terceiro cenário, de acordo de incidência parlamentar, "é talvez o cenário menos provável", afirma Rui Rocha.

"Como digo, estamos com a base no Parlamento, mas dizem-nos assim: “Para assegurar a estabilidade ao país, para ter um ímpeto reformista para fazer as mudanças que o país necessita, temos de conversar”. E nós conversaremos. Temos a vantagem de sermos muito claros quanto às medidas e quanto à visão que temos, nomeadamente quanto à descida de impostos para a classe média, para a saúde..." afirmou.

"Não excluo totalmente a possibilidade de um entendimento para governação, na medida em que isso valha a pena do ponto de vista do partido que ganhar as eleições e que seja para uma mudança estrutural, para um entendimento mais alargado, de mais longo prazo, mais abrangente."

Frisando não querer colocar pressão sobre qualquer negociação, Rui Rocha identificou quais seriam as áreas essenciais de negociação: "Essa é a grande vantagem da IL. Tive a oportunidade de apresentar ao presidente do PSD um conjunto de dez desafios para mudar Portugal. Fomos absolutamente transparentes. A nossa condição de partida para uma eventual discussão está nesse documento. Se houver esse contexto, essa possibilidade, avaliaremos."

O essencial, analisa, é que "o PS perdeu praticamente um terço daquilo que era a sua expressão eleitoral. Os portugueses disseram uma coisa evidente: não queremos mais o PS, este modelo de governação socialista está esgotado". Por isso, o que é preciso é “mudar o país”.

“Não estamos de portas fechadas”, concluiu.

Decisão 24

Mais Decisão 24

Patrocinados