Apaixonou-se "à primeira vista" e toda a gente o conhece por... Nuno. Um outro olhar sobre Rui Rocha

7 mar, 09:00

Presidente da Iniciativa Liberal é casado desde 1997 com uma professora, a mesma profissão de Rui Rocha

A sogra trata-o por Nuno, até a família, incluindo os pais, o trata por Nuno. Mas ele é Rui Rocha, o presidente da Iniciativa Liberal que esteve à conversa com Cristina Ferreira no Dois às 10, da TVI (do mesmo grupo da CNN Portugal).

Uma conversa que serviu para um outro olhar sobre o liberal, que assume ser romântico, mas que também garante ter sentido de humor e ser bom companheiro. Pelo meio nunca faltou às aulas, nem mesmo para jogar basquetebol, desporto que ainda o fascina.

Ainda é bom garfo – adora cozido à portuguesa, mas também um peixe fresco na Vila da Pulga, em Esposende – e não dispensa à mesa a companhia de Adélia, a mulher, que conheceu em 1988 e com quem teve dois filhos, Dinis e Leonor.

Hoje, assume, ainda nem sabe bem o que significa ser presidente de um partido e estar a disputar umas eleições legislativas.

Mas recuemos no tempo. Para ele não foi difícil escolher a profissão. Afinal a mãe era professora de matemática, o que significou um passo lógico para… Direito.

“Porque a minha mãe nunca me obrigou a nada, sempre foi uma mãe muito presente, mas muito compreensiva em tudo. A única coisa que ela me obrigava era a estudar mesmo matemática”, refere, assumindo que até era bom naquela disciplina, mas que “não queria mais”.

A memória de retornado

Já não se lembra totalmente dos tempos em Angola, onde viveu os primeiros anos de vida com os pais. Regressado a Portugal, assume que lhe custou o rótulo de retornado, atribuído a todos os que vinham das antigas colónias.

“Sim, o preconceito e o nome que se deu a quem veio, os célebres retornados, marcou e muito uma geração inteira”, explica, falando em histórias comuns a centenas de milhar de pessoas.

“Nós trouxemos pouca coisa do que lá tínhamos. O pouco que trazíamos, uma parte vinha num barco que depois nunca chegou, portanto nunca chegou cá. Mas acho que isso também faz parte da história do país”, prossegue, referindo o positivo que foi a capacidade de o país acolher tantas pessoas.

Por isso mesmo ainda se lembra muitos dos pais, sobretudo nos momentos mais difíceis, aqueles em que as coisas correm pior. “Eles também recomeçaram, eles também conseguiram, eles vieram, perderam, começaram. E isso é um sinal grande que eu trago da minha história familiar, dizer ‘é sempre possível recomeçar, nunca devemos ficar parados perante as dificuldades, devemos sempre lutar’ e eu tenho esse exemplo dos meus pais”, vinca.

As alcatifas lá de casa

Quando chegou a Braga não tinha nada, conta, mas o pai atirou-se à vida e fez uma sociedade para abrir uma loja de alcatifas na cidade. “Era a maior loja de alcatifas do país”. Pelo menos era o que lhe dizia o pai.

“Em rigor, a loja do meu pai alcatifou meia Braga, meia região”, acrescenta, lembrando as várias décadas em que o pai teve a loja, o que fez com que a mãe também fosse para a cidade.

Tudo isso foi essencial para uma vida estável, sempre afastado da rebeldia de comportamentos como faltar às aulas, ainda que por vezes chegasse atrasado por causa do desporto.

“Eu sempre tive boas notas, muito boas notas. Ainda hoje, não sei se porque já tinha essa inclinação, ou porque o primeiro professor que eu tive na escola me marcou nesse sentido”, continua, falando sobre os tempos em Espinho. “Se nós não soubéssemos A ou E, se confundíssemos, apanhávamos mesmo”, vinca, dizendo que foi bom aluno porque também queria fugir às reguadas.

O casamento com a professora

Complexo de Édipo? Não é certo, mas Adélia, a mulher de Rui Rocha, é professora, tal como era a mãe do presidente da Iniciativa Liberal.

Certo é que a mulher é um “desafio” constante, e também por isso soube que era aquela a mulher com quem queria casar. Foi “à primeira vista”.

“Nós encontrámo-nos numa discoteca da parte da tarde e foi mesmo assim um flash. Fulminante”, diz, brincando que Adélia já o conhecia e que foi lá de propósito.

Em declarações ao Dois às 10 a mulher de Rui Rocha assume: “Na altura percebi de imediato que eras um rapaz inteligente e bondoso. Entretanto, passaram mais de 35 anos e essa primeira impressão não se alterou”.

Conheceram-se em 1988, tinha Rui Rocha 18 anos, e namoraram nove anos até se casarem.

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