Inflação, qual inflação? Os mais ricos do mundo ficaram ainda mais ricos em 2023

27 dez 2023, 18:38
Mark Zuckerberg e Elon Musk (AP)

Numa lista em que quase todos ficaram mais ricos também aparecem alguns russos, mesmo apesar das sanções. Sem surpresas, os principais são todos dos Estados Unidos

Inflação, crise na habitação e subida de preços generalizada. Esta foi uma realidade com que todo o mundo teve de lidar em 2023, num panorama económico impulsionado pela guerra na Ucrânia, mas também pela retoma económica no pós-covid-19.

Mas o ano de 2023, negro para muitas famílias que viram o crédito à habitação e as contas do supermercado subir, sorriu para as pessoas mais ricas. De Elon Musk a Mark Zuckerberg, mas também passando pelo mais recente acionista do Manchester United ou por alguns oligarcas russos, todos viram os cofres crescer este ano.

Das 50 pessoas mais ricas do mundo, apenas 12 perderam dinheiro em 2023, enquanto as restantes viram as suas fortunas aumentar, mesmo que sem um ajuste de inflação. Das 500 pessoas mais ricas, foram 77% as que ficaram ainda mais ricas.

Neste topo está, como seria de esperar, Elon Musk. O excêntrico dono da Tesla, e que também já é dono da rede social X, que até sofreu um revés após a compra, tem uma fortuna avaliada em 211 mil milhões de euros, de acordo com dados da Bloomberg.

Sem poder contar com os lucros do antigo Twitter, o empresário nascido na África do Sul valorizou-se através da subida das ações da Tesla, que mais do que duplicaram este ano, chegando a valer mais do que o Produto Interno Bruto de vários países.

Apesar de continuar no topo dos mais ricos, não foi Elon Musk quem mais lucrou com 2023. O criador do Facebook, entretanto dono da gigante Meta, viu a fortuna crescer em 184%. Mark Zuckerberg tem agora uma fortuna avaliada em 115 mil milhões de euros, num bolo que há um ano era de 40 mil milhões. Tudo isto por causa de uma impressionante valorização de 172% da Meta, que até teve um 2022 terrível, mas soube recuperar das preocupações dos acionistas, investindo no metaverso e apostando na modernização das suas mais importantes marcas: WhatsApp, Instagram e Facebook.

Vencedores, vencedores, mas não todos. O multimilionário Gautam Adani viu a sua fortuna descer em quase 30 milhões de euros. Nada que possa afligir muito o empresário indiano, que continua a ter uma das principais 15 fortunas, com cerca de 80 mil milhões de euros.

Uma queda na riqueza que foi explicada pela queixa de um ativista que acusou o dono de um dos maiores conglomerados de operações portuárias do mundo de ter realizado o “maior golpe corporativista da história”.

Quanto às nacionalidades, e sem surpresa, a lista é dominada por norte-americanos. Com efeito, apenas um dos dez mais ricos não é dos Estados Unidos. É ele o francês Bernard Arnault, o dono do grupo de marcas de luxo LVMH, que viu a fortuna crescer em 15,4 mil milhões de euros, totalizando cerca de 161 mil milhões de euros.

Curioso ainda o aparecimento de oligarcas russos como Vladimir Potanin, Alisher Usmanov ou Alexei Mordashov.

Apesar das sanções aplicadas por causa da invasão da Rússia à Ucrânia, estes três empresários viram as suas fortunas crescer.

Líderes

Mais Líderes

Patrocinados