Atenção. Os telemóveis estão repletos de bactérias. E são mais resistentes do que pensa

13 ago 2023, 16:00
Telemóvel, telecomunicações, comunicação, smartphone, iPhone 13 Pro Max. Foto: Nasir Kachroo/NurPhoto via Getty Images

É essencial desinfetar com regularidade o telemóvel para evitar ficar infetado com bactérias patogénicas (evitando também ficar doente)

As superfícies dos telemóveis podem conter até três vezes mais germes do que a tampa de uma sanita, segundo um estudo realizado pela Universidade do Arizona, nos Estados Unidos. Mas ao desinfetar os telemóveis, as mãos e a carteira, não só se eliminam as bactérias patogénicas presentes, como se reduz o risco de produção de bactérias resistentes.

O que acontece é que, o longo do dia, usa-se o telemóvel em vários contextos: na cozinha enquanto se prepara uma receita, em transportes públicos e até na casa de banho. É difícil esquecer o telemóvel - o que muitas vezes se esquece é desinfetá-lo. E, após estar contacto com diversas superfícies que têm bactérias patogénicas, o dispositivo fica contaminado.

O risco de contaminação ocorre sempre que telemóvel entra em contacto direto com o organismo, o que acontece quando se atende uma chamada, por exemplo. Além disso, também pode ficar contaminado se, após manusear o aparelho, tocar na pele sem antes lavar as mãos, dá conta um estudo publicado na revista científica sueca MDPI. O documento destaca ainda que os telemóveis contaminados estão entre as principais vias pelas quais as bactérias patogénicas causam infeções.

Assim, desinfetar o telemóvel regularmente é essencial para evitar ficar doente como consequência desse contacto, sublinha a Deco Proteste.

Mas... há bactérias resistentes, mesmo após limpeza com álcool 

Segundo o estudo da MDPI, após a recolha de amostras das superfícies de 102 telemóveis para fazer testes em laboratório de "suscetibilidade bacteriana" e analisadas as respostas dos participantes acerca dos seus hábitos de uso e limpeza de telemóvel, os investigadores descobriram que, não obstante mais de 90% dos participantes desinfetarem regularmente o telemóvel com álcool e toalhitas, todos "tinham o telemóvel contaminado com bactérias”.

Importa salientar que, para além de existirem bactérias que resistem à higienização, perante uma desinfeção regular, também se tornam resistentes a antibióticos. 

Entre as bactérias patogénicas encontradas no telemóvel, verificou-se a presença de S. aureusE. coli que podem provocar diarreia e vómitos, a esta última acrescentam-se dores de cabeça, febres e arrepios, de acordo com a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). Além destas, verificou-se a presença de Klebsiella spp. e Proteus, sendo estas as principais bactérias responsáveis por infeções urinárias, de acordo com Repositórios Científicos de Acesso Aberto em Portugal. Além disso, segundo o relatório, a maioria destas bactérias são resistentes a ampicillin, ceftazidime e cefotaxime, antibióticos utilizados para tratar muitas das infecções provocados por estas bactérias, aponta o estudo.

A resistência bacteriana a antibióticos está entre as principais 10 ameaças à saúde pública global, de acordo com um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS).

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