“É um milagre”: dois bebés encontrados com vida depois de três dias a flutuar num lago depois das cheias na RDCongo

CNN Portugal , ARC
11 mai 2023, 12:04
Cheias na República Democrática do Congo. 8 maio 2023. Foto: Guerchom Ndebo/AFP via Getty Images

Chuvas fortes, inundações e deslizamentos de terra já provocaram 411 mortos no país

Dois bebés foram resgatados com vida após três dias a flutuar no Lago Kivu, na República Democrática do Congo. O “milagre” acontece numa altura em que o país enfrenta os estragos provocados pelas chuvas fortes, inundações e deslizamento de terras.

“É um milagre, todos ficámos maravilhados”, confirmou à BBC, Delphin Birimbi, líder comunitário local. Apesar de não se saber como sobreviveram, os bebés foram encontrados a flutuar no meio de destroços junto às margens do lago, um em Bushushu e o outro em Nyamkubi, duas das vilas mais atingidas pelas cheias.

Os pais das crianças morreram mas, de acordo com Delphin Birimbi, a comunidade está em contacto com pessoas que poderão tomar conta deles.

A BBC avança que já são, pelo menos, 411 as vítimas mortais da intempérie, das quais 317 já foram enterradas. Estima-se, no entanto, que mais de cinco mil pessoas estejam desaparecidas, de acordo com Delphin Birimbi. A Cruz Vermelha Congolesa está a apoiar os trabalhos de busca e salvamento. 1300 casas terão sido destruídas, para além de estabelecimentos de ensino, de saúde e religiosos.

Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou ter doado material ao hospital de Bukavu, para onde os feridos estão a ser evacuados de barco. Muitas organizações humanitárias estão também a prestar apoio a centros médicos locais.

As operações de resgate continuam em curso em várias aldeias afetadas do leste africano. Na segunda-feira, dia 8 de maio, foi decretado, pelo governo, dia de luto nacional em memória das vítimas. Patrick Muyaya, porta-voz do Governo congolense, usou as redes sociais para expressar solidariedade para com as vítimas.

No início do mês, também o vizinho Ruanda foi fortemente afetado pelas chuvas fortes que mataram 130 pessoas no início do mês. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, considera que estas cheias são um sinal da aceleração das alterações climáticas e do seu "impacto desastroso em países que não contribuíram de forma alguma para o aquecimento do planeta".

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