PSD volta a esclarecer aumento nas pensões para 820€ anunciado por Montenegro: é apenas para quem recebe CSI

27 nov 2023, 13:09
Luís Montenegro no Congresso do PSD (António Pedro Santos/Lusa)

Discurso de Luís Montenegro criou dúvidas. Muitas dúvidas. Agora, o PSD sente necessidade de tornar a promessa eleitoral mais clara: a mexida vai ser apenas no Complemento Solidário para Idosos para atingir a fasquia dos 820 euros. Contas só para mais tarde

O PSD confirmou que a promessa eleitoral para as pensões se aplica apenas sobre os beneficiários do Complemento Solidário para Idosos, permitindo chegar ao mínimo de 820 euros referido por Luís Montenegro no encerramento do 41.º Congresso do PSD no sábado.

“A medida opera sobre o Complemento Solidário para Idosos, que é o tal complemento que faz o preenchimento da diferença até ao rendimento mínimo garantido”, explicou o vice-presidente do PSD António Leitão Amaro em conferência de imprensa nesta segunda-feira.

“A pensão mínima não soma a outros rendimentos que façam chegar a esse limiar, porque, como sabe, há pensões mínimas que acumulam com outras fontes de rendimentos. E por isso não é necessário esse complemento para chegar ao limiar dos 820 euros”, acrescentou.

Tal como Joaquim Miranda Sarmento revelou à CNN Portugal, esta medida custará dezenas (ou poucas centenas) de milhões de euros, ao contrário dos receios que se instalaram nas redes sociais após o anúncio de Montenegro.

Agora, Leitão Amaro insistiu que “estamos a falar de uma massa de despesa com um valor contido”. E que, a seu tempo, o PSD apresentará todas as contas relativas a esta medida.

No sábado, Montenegro referiu um “rendimento mínimo garantido dos pensionistas portugueses” para os 820 euros, o que sugeria um aumento das pensões mínimas para quase dois milhões de portugueses. Contudo, está em causa o aumento do complemento solidário, que abrange apenas cerca de 170 mil beneficiários.

“Da parte do PSD, as contas certas sempre foram uma condição essencial. São um meio para um fim maior, que é melhorar a vida dos portugueses”, referiu agora Leitão Amaro.

O vice-presidente social-democrata insistiu que as pensões serão atualizadas “consoante a lei”, aproveitando este facto para tecer novas críticas ao PS, que disse ter decidido “um corte de mil milhões” ao não querer atualizar as pensões de acordo com a fórmula indexada à inflação.

A conferência de imprensa foi forte em críticas aos dois candidatos à liderança do PS, com o PSD a dizer que Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro “andam a tentar fingir que não foram candidatos deste governo, andam a tentar convencer os portugueses que não são responsáveis pelas decisões que eles próprios tomaram, a tentar convencer os portugueses que António Costa decidiu sozinho”.

O ataque centrou-se sobretudo em Pedro Nuno Santos: "Como governante quis nacionalizar a TAP, achou que podia pagar um prémio de 500 mil euros por WhatsApp e depois esqueceu-se dele. E foi esse candidato que, pela calada da noite, achou que podia decidir sozinho a localização de um aeroporto, que disse que as dividas não eram para pagar e que a propriedade privada podia ser tomada pelo Governo."

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