Eleições: Montenegro diz que já todos perceberam que a esquerda se quer juntar

Agência Lusa , MJC
5 jan, 19:48
Luís Montenegro, presidente do PSD (Lusa/hugo Delgado)

Luís Montenegro foi questionado pelos jornalistas em Amares, distrito de Braga, sobre se considera agora mais viável uma futura geringonça, na sequência das declarações de Mariana Mortágua

O líder do PSD disse esta sexta-feira que já se percebeu que a esquerda se quer juntar numa nova geringonça, após a coordenadora do BE ter assumido o compromisso de negociar um acordo de maioria à esquerda, após as legislativas.

Luís Montenegro foi questionado pelos jornalistas em Amares, distrito de Braga, sobre se considera agora mais viável uma futura geringonça, na sequência das declarações de Mariana Mortágua, e se isso o preocupa.

“Não é uma questão de preocupar. É uma questão de eles falarem todos verdade. Nós já todos percebemos que eles se querem juntar. Mas digam só isso. Eu estou à vontade porque já disse ao que é que venho. Mas repito: os portugueses, hoje em casa, o que querem saber é: o que é que nós temos para lhes dar para resolver os seus problemas”, respondeu o presidente do PSD, à margem da iniciativa “Sentir Portugal” em Braga, durante a visita a uma empresa, em Amares.

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, assumiu hoje o compromisso de, após as legislativas de março, “negociar um acordo de maioria para um programa de Governo” de esquerda que terá que ter medidas concretas para resolver problemas na saúde, educação, habitação ou salários.

Em conferência de imprensa em Lisboa, Mariana Mortágua assumiu “toda a responsabilidade da clareza e de informar os eleitores sobre ao que vem” o partido nas próximas eleições, considerando que “Portugal precisa de soluções para os problemas que foram criados, que foram mantidos e que foram muitas vezes agravados pela maioria absoluta”.

“Apresentando o seu programa, o Bloco assume o compromisso da negociação de um acordo de maioria para um programa de Governo que faça aquilo que nunca foi feito”, anunciou, referindo que esta decisão foi tomada na reunião da véspera da Comissão Política do partido.

Em reação a este anúncio, o líder do Chega afirmou que BE e PCP estão entusiasmos com o regresso da Geringonça nas eleições de março, alegando que cabe aos partidos de direita construir uma alternativa que permita formar governo.

“Se houver uma maioria de direita, que ninguém tenha dúvidas que a direita tem de se organizar para formar Governo”, afirmou André Ventura, ao defender que, se algum líder não concordar com essa solução, “sai e dá lugar a outro”, alegando que o “povo português não vai ficar refém do capricho de uma pessoa”.

Confrontado com estas declarações, Luís Montenegro reiterou que as suas prioridades são resolver os problemas dos portugueses.

“Digo aos portugueses ao que venho. Venho para resolver os problemas de saúde das pessoas, venho para resolver os problemas na educação, venho para resolver os problemas de acesso à habitação, venho para ter uma economia mais competitiva que pague melhores salários. É para isto que eu venho. Quem se quiser entreter com outras matérias, faça isso sozinho. Eu estou concentrado na vida das pessoas e é isso que vai ocupar o tempo de antena”, frisou o líder do PSD.

Os jornalistas questionaram ainda o líder do PSD sobre o facto de o seu nome ter sido citado em escutas do processo da Operação Vórtex e sobre a notícia hoje avançada pelo jornal online Observador a dar conta de que o primeiro-ministro é suspeito do crime de prevaricação na Operação Influencer.

Na resposta, Montenegro disse nada ter a ver com os processos, que estão a seguir o seu caminho, reiterando que está concentrado em resolver os problemas dos portugueses e que essas é que são as suas prioridades.

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