Montenegro quer motivar médicos para as urgências, incentivar ida para "zonas carenciadas" e "criar condições" para profissionais aposentados continuarem no SNS

10 abr, 16:47
Médico (Getty Images)

Governo mantém aberta a porta ao setor privado da saúde e promete incentivos para os profissionais

O Governo de Luís Montenegro quer motivar os profissionais de saúde a trabalharem nas urgências e dar um pacote de incentivos aos que façam carreira nas zonas carenciadas do país, segundo consta no Programa de Governo apresentado esta quarta-feira.

De acordo com o documento (que pode ler na íntegra aqui), o novo Executivo compromete-se a “desenhar e Implementar um Plano de Motivação dos Profissionais de Saúde específico para as equipas de urgência”. Não se sabe, porém, se este plano de motivação irá dar continuidade ou mudar algo no projeto-piloto que arrancou em fevereiro em cinco hospitais e que consiste em aumentos salariais de pelo menos 60% para as equipas dedicadas às urgências.

Também como forma de reter profissionais de saúde no SNS, o Governo compromete-se a “definir, nas zonas mais carenciadas do país, um pacote de incentivos para atração de profissionais de saúde, em articulação com as autarquias locais”, embora não mencione quais as zonas e se o termo carenciadas se refere à falta de profissionais de saúde ou a regiões onde o acesso a cuidados de saúde é mais dificultado. 

Atualmente, o Serviço Nacional de Saúde precisa de 16 mil médicos e enfermeiros para combater as diferenças entre as várias regiões do país.

As negociações com os sindicatos dos médicos e enfermeiros ficaram paradas devido às eleições legislativas (mesmo depois de o Sindicato Independente dos Médicos ter conseguido um acordo de aumento intercalar com o Governo de António Costa), mas os delegados sindicais destas duas classes prometem luta e querem voltar à mesa de negociação o quanto antes.

O Executivo de Montenegro quer ainda “aproveitar a experiência de médicos de família aposentados que pretendam continuar a trabalhar no SNS e criar condições para que tal possa acontecer”.

Tal como já tinha deixado claro em campanha, Luís Montenegro mantém-se fiel na vontade de “mobilizar um trabalho conjunto entre os serviços sociais e de saúde, os setores público, social e solidário e privado, sem cegueiras ideológicas”, tendo, por isso, o plano de “desenvolver um novo modelo de contratualização do SNS, sujeito a uma supervisão profissional exigente e transparente”.

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