Princesa da Noruega abandona família real em nome da medicina alternativa

9 nov 2022, 14:51
Princesa Märtha Louise (Getty Images)

Martha-Louise diz querer separar as águas entre "as suas atividades empresariais e o seu lugar na Família Real". Princesa gerou controvérsia durante vários anos pelo seu envolvimento em tratamentos de medicina alternativa, caminho em que continua a apostar ao lado do noivo

A princesa Martha-Louise da Noruega, de 51 anos, anunciou que vai deixar de trabalhar para a família real norueguesa, assim como deixar de ser patrono de várias organizações. O anúncio foi feito em vídeo, através do Instagram, onde a filha dos reis Harald e Sónia explica que tomou este passo para "fazer uma clara distinção entre as suas atividades empresariais e o seu lugar na Família Real".

Ao lado do noivo, o xamã Durek Verrett, Martha-Louise explica que vai deixar de usar o título de princesa e que este processo "foi amigável e amoroso".

"Estamos a usar esta plataforma porque estamos a definir a separação entre a princesa da Noruega e a mulher de negócios. Estou a afastar-me dos meus deveres oficiais como patrono de várias organizações. Continuarei a separação entre o meu papel como princesa e o meu papel como empresária, abstendo-me de usar o meu título de princesa, apenas Martha-Louise, em empreendimentos comerciais, e o meu noivo, Durek Verrett, seguirá esse exemplo. O processo com a minha família tem sido amigável e amoroso", escreveu.

De acordo com a revista Hola, a dúvida sobre o futuro de Martha-Louise na monarquia norueguesa há muito que pairava no país, até pelo seu claro envolvimento no mundo da medicina alternativa, adensado pela relação com Durek Verrett. No entanto, apesar de ter colocado um fim à especulação - mesmo mostrando que irá continuar o caminho da medicina alternativa -, Martha-Louise manterá o título de princesa por desejo do pai, o rei Harald.

Depois do anúncio, a Casa Real emitiu um comunicado em que afirma que "a princesa Martha-Louise quer contribuir para uma distinção mais clara entre as suas próprias atividades e a ligação com a Casa Real. Por isso, a princesa, em diálogo com Sua Majestade, o Rei, e a família imediata, decidiu que, neste momento, não desempenhará funções oficiais para a Casa Real". 

Quanto aos patronatos da princesa, "não ficarão órfãos, pois ser-lhes-à oferecida a possibilidade de serem representados por outros membros da família real". 

E o noivo, Durek Verrett?

A princesa Martha-Louise anunciou em maio de 2019 o namoro com Durek Verrett, um xamã muito conhecido nos Estados Unidos e que tem várias celebridades entre os clientes. No Instagram, onde tornou pública a relação, Martha-Louise escreveu que tinha encontrado a "alma gémea" e deixou um aviso aos que discordavam da relação, vista com maus olhos pela realeza europeia: "Não escolho um homem para satisfazer nenhum de vocês (...) Escolho-o por amor."

Em junho deste ano, o casal ficou noivo e, agora, Martha-Louise explicou que, seguindo a tradição, Durek Verrett "não irá receber um título" com o casamento.

Martha-Louise e Durrek Verrett [Getty Images]

"Durek não irá representar a Casa Real, mas irá estar presente em ocasiões familiares para apoiar alguns eventos desportivos, como é tradição. O Durek sempre me quis apoiar e à família real", escreveu a princesa.

Posição corroborada pela Casa Real, que adiantou que Martha-Louise e Durek Verrett "não devem usar o título de princesa nem referir-se a membros da Casa Real nos seus próprios canais de redes sociais, em produções de media ou em qualquer outra atividade comercial".

De acordo com a BBC, a princesa gerou controvérsia durante vários anos pelo seu envolvimento em tratamentos de medicina alternativa, tendo inclusive dado início a uma escola onde prometia ajudar as pessoas a entrar "em contacto com os anjos". Quando começou a namorar com Durek, a relação foi fortemente criticada uma vez que este é considerado um curandeiro espiritual. O xamã chegou mesmo a ser descrito como charlatão, vigarista e criador de teorias da conspiração. 

O namorado de Martha-Louise comparou-se com Albert Einstein e Thomas Edison, dizendo que os "génios eram incompreendidos" e disse ainda que as críticas se deviam ao racismo e que "nunca tinha experienciado tanto racismo" como desde que vivia na Noruega.

No seu comunicado, a princesa lembrou ainda que "Durek tem direito à sua autonomia e a falar livremente, como todas as pessoas. Ambos acreditamos na medicina tradicional, mas também que a medicina alternativa pode ser um bom complemento".

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