António Costa: "É um ciclo que termina"

3 dez 2021, 18:54

O primeiro-ministro sublinhou "os resultados e os ganhos" do mandato de Eduardo Cabrita na Administração e afirmou que irá nos próximos dias"designar uma personalidade" para o substituir

O primeiro-ministro António aceitou o pedido de exoneração apresentado por Eduardo Cabrita do cargo de ministro da Administração Interna e diz que "oportunamente", dentro de dias, designará uma personalidade para o substituir "neste período em que o Governo estará em funções até às próximas eleições".

Assim que tomou conhecimento do despacho de acusação do motorista, Eduardo Cabrita mandou uma mensagem ao primeiro ministro a dizer-lhe que desejava falar-lhe com urgência. Explicou então por telefone a António Costa que pretendia pedir a exoneração do cargo. Costa aceitou o pedido. Cabrita informou-o que se encontrava fora de Lisboa mas que assim que chegasse ao Ministério, esta tarde de sexta-feira, faria uma declaração pública.

Logo a seguir, foi a vez do primeiro-ministro falar aos jornalistas. Costa agradeceu os seis anos de colaboração, quer como ministro-adjunto quer na Administração Interna e quis "enfatizar os resultados e os ganhos em termos de segurança que o país teve ao longo dos últimos quatro anos", expressos nos resultados referentes à criminalidade e à redução da área ardida.

"É um ciclo que termina", diz António Costa.

A partir daqui a justiça seguirá o seu caminho, "apurando-se o que houver a apurar" e "sancionando-se o que houver a sancionar". Ninguém "está acima da lei", diz. Seja quem seja o envolvido, "as autoridades investigam, porventura nem sempre com a rapidez que gostaríamos".

O primeiro-ministro compreende que, até aqui, Cabrita não poderia "tomar nenhuma iniciativa que perturbasse o normal decorrer das investigações nem significar a afirmação ou a recusa de quaisquer responsabilidades". "O ministro Eduardo Cabrita respeitou o tempo da justiça

António Costa acredita que a justiça irá funcionar. "Vi e ouvi, em silêncio, acusações sobre a falta de idoneidade da Guarda Nacional Republicana, porventura até do Ministério Público. Espero que todos aqueles que fizeram essas insinuações agora tenham consciência que apontaram o dedo erradamente".

Sobre o eventual fim da carreira política de Eduardo Cabrita, Costa comentou: "A política não é uma carreira, a política é um compromisso cívico para com o seu país". E lembrou que "há várias formas de participar na vida política" e nem todas passam pela participação no Governo.

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