Um membro da Comissão Técnica de Vacinação que recomendou a vacinação em crianças dos cinco aos 11 anos sustentou a decisão, em declarações à CNN Portugal
A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda a vacinação das crianças dos cinco aos 11 anos, anunciou, nesta terça-feira, a autoridade de saúde.
Luís Graça, membro da Comissão Técnica de Vacinação que tinha dado o parecer positivo, explicou à CNN Portugal que, nesta faixa etária, existe uma “necessidade muito grande” de proteger crianças contra a doença grave, no entanto, nos hospitais a maioria das crianças internadas não têm comorbilidades, o que revela que mesmo entre as crianças saudáveis “existe uma pequena percentagem” de jovens que “são sujeitos a internamento”.
“Por esses motivos, foi determinado que há um claro benefício para a criança em vacinar, quer as crianças que têm a doença, e essas devem ser as prioritárias, mas também as crianças saudáveis, que têm possibilidade de desenvolver sintomas graves, ainda que numa quantidade pequena de casos. Justifica-se assim que haja uma vacinação universal de todas as crianças”, esclareceu o especialista.
Luís Graça sublinha esta nova diretiva “vai ao encontro” da ideia de que a covid-19 não tem um grande impacto na saúde das crianças, acrescentando que, “na vasta maioria das crianças”, a infeção “vai ter um percurso benigno”, mas “numa pequena percentagem destas crianças” as coisas podem “não correr bem”.
“A ideia que os pais têm de que esta doença é benigna na maior parte dos casos está correta”, reforçou.
O especialista explicou ainda que a vacina pediátrica é a da Pfizer, a única a ter garantido a aprovação do regulador, e que esta vai ser uma dose menor, ajustada a crianças. Luís Graça relembrou também que, apesar de ter sido criada à pouco tempo, a vacina contra a covid-19 já foi aplicada em “milhares de milhões de pessoas”, demonstrando na prática a sua segurança.
