Numa rubrica da CNN Portugal, que será publicada ao longo dos 15 dias que antecedem as legislativas, várias personalidades explicam o que fariam se fossem eleitas para governar
Irene Pimentel, historiadora
Se eu mandasse, o rio iria desaguar longe, a aventura dava um chega para lá. Quanto à iniciativa, não teria nenhuma, muito menos liberal. E punha moedas no mealheiro. Ah, e haveria em Portugal sentido de humor.
Isso só tem graça se for dito assim. É como explicar uma anedota. Deixar espaço para a interpretação das pessoas. É por isso que eu delego noutras pessoas para governarem, enquanto eu me dedico à investigação da história.
Ensinar história com mais profundidade, porque está-se a acabar com o ensino da história. O ensino da História e da Filosofia é fundamental. É necessário que as pessoas desenvolvam este aspeto, pois creio que estão a ser levadas a não pensarem. E a única forma de pensar é conhecendo a Filosofia e o nosso passado, e tentar interpretar o presente através desse conhecimento.
O conhecimento, a profundidade e a análise mais complexa da realidade, tudo isto é algo que está a fazer muita falta.
Faz falta para as pessoas pensarem melhor, para as pessoas pensarem no que não querem, pensarem nalgumas alternativas políticas, e porque é que não querem outras alternativas políticas - porque já sabem o mal que fizeram no passado.
*Depoimento recolhido por Beatriz Céu