Passos Coelho "vai perder muito significativamente" se for candidato a Presidente. "Seja qual for o candidato do outro lado"

CNN Portugal , ARC
15 abr, 18:05

Passos Coelho acusou Portas de ter sido um bloqueio nos tempos da troika e garantiu que impediu a sua humilhação. Pacheco Pereira não vê no antigo primeiro-ministro um candidato vencedor

Pedro Passos Coelho ainda não assumiu uma possível candidatura à Presidência da República, mas há quem veja nas recentes aparições do antigo primeiro-ministro uma tentativa de começar a ocupar o espaço público. Caso venha mesmo a confirmar-se esta intenção, vai “perder muito significativamente” a corrida às presidenciais de 2026, afirmou o comentador José Pacheco Pereira, no programa "O Princípio da Incerteza", da CNN Portugal.

“A ideia de que o D. Sebastião da ala mais radical da direita portuguesa é Pedro Passos Coelho só tem uma vantagem política: se ele concorrer às presidenciais perde e perde muito significativamente, seja qual for o candidato do outro lado”, garantiu Pacheco Pereira.

Um dia depois do comentário do ex-deputado do PSD, Passos Coelho deixou duras críticas àquele que é apontado como putativo opositor do antigo primeiro-ministro à Presidência: Paulo Portas. "O que se passou foi que eu tinha sido obrigado a escrever uma carta para que o Dr. Paulo Portas não fosse o único, porque a troika, a partir de certa altura, percebeu que havia um problema com o CDS. E passou a exigir cartas assinadas pelo Dr. Paulo Portas. E para impedir uma humilhação do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, eu obriguei o ministro das Finanças a assinar comigo e com ele a carta para as instituições. Assinámos os três. O Dr. Paulo Portas ainda não sabe disto. Não sabe que foi uma exigência minha, porque o que a troika exigia era uma carta dele, assinada por ele, porque não confiava nele", disse, numa entrevista ao jornal Observador.

Recuando aos tempos da troika, Passos Coelho acusou o antigo vice-primeiro-ministro Paulo Portas de ter sido um bloqueio, nomeadamente na sétima avaliação do programa português, afirmando ainda que o país correu o risco de desperdiçar os esforços que tinha feito até então porque Portas se recusava a aceitar novas medidas. Impedir o “desperdício de todos os sacrifícios dos portugueses” só foi possível devido à intervenção de Cavaco Silva, à data Presidente da República”, garantiu. 

O comentador da CNN Portugal, José Pacheco Pereira, reconheceu ainda que há quem queira o ex-primeiro-ministro se coloque na corrida ao Palácio de Belém. “O Chega quer que ele [Passos Coelho] seja candidato à Presidência da República e há pessoas certamente no PSD que o desejam”, admite.

Faltam ainda dois anos para se conhecer o sucessor de Marcelo Rebelo de Sousa, mas os nomes já começam a ser apontados - à direita Luís Marques Mendes, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas são putativos candidatos. Marques Mendes foi o único a assumir, até ao momento, a intenção de entrar na corrida.

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