Ronaldo: o que será melhor para nós?

3 jun 2014, 10:00
Ronaldo à partida para o Mundial

Segundo avançado ou extremo?

A selecção partiu ontem à tarde para o estágio final nos Estados Unidos antes de aterrar no Brasil e disputar o campeonato do mundo. Um treino ligeiro pela manhã, aberto ao público e a visita ao Presidente da Republica marcaram o fim do estágio pelo nosso país. Em Belém, foi transmitido pelo Presidente que a equipa nacional carrega os sonhos dos portugueses.

No futebol as expectativas são normais e o Presidente da Republica é também um adepto e revela o que muitos portugueses pensam e sentem. Para uma grande competição, parte-se sempre com bom espírito e optimismo. 

Parte-se com ilusões? Sim e é normal que assim seja. Quem não deseja e sonha ser campeão do Mundo? Mas a realidade, do meu ponto de vista, é outra, visível no discurso de todos. Esse realismo tem a ver com a consciência de todos sobre a qualidade existente, o poderio de outras selecções e a nossa participação nestas competições. Mas isso não pode retirar qualquer tipo de ambição.

Outro aspecto para mim importante é de que forma partimos para este Mundial. No melhor das nossas capacidades? Pelo que temos visto não, mas ainda falta algum tempo e as coisas mudam. Uma coisa é certa, vamos com a certeza de dar tudo e de fazer o melhor.

O primeiro objectivo passa por passar a fase de grupos e é isso o que todos pensam e opinam. Porque essa é a nossa realidade. As primeiras declarações passam, e bem, apenas por aí. Pensar nesta altura em outras metas é uma conversa sem sentido.

Até lá, temos muito que trabalhar e depois cá estaremos para disputar cada jogo com a nossa qualidade, como equipa e com o apoio de milhões de portugueses.

E comparando com último Europeu, a nossa selecção vale o mesmo?

Há novas caras, mas a estrutura mantém-se a mesma, por isso não há como pensar diferente de há dois anos. Temos André Almeida, Neto, William Carvalho, Ruben Amorim, Rafa, Vieirinha e Éder. Nenhum deles fez parte do onze habitual nestes anos, mas veremos o seu comportamento e as respostas que irão dar no estágio e nos particulares.

Em teoria, e face ao rendimento apresentado pelos nossos melhores jogadores e por andarem atormentados com lesões, podemos pensar que estamos mais frágeis. Esperemos que no início do Mundial nada disto se faça sentir e todos possam apresentar-se nas melhores condições e com rendimento à medida da sua qualidade.

Esta situação coloca-nos a todos na expectativa.

São vários os jogadores que não estão ao melhor nível.

Ronaldo tem uma lesão que o tem limitado nos últimos tempos, esperemos que este tempo até ao início do Mundial seja suficiente para uma total recuperação. Pepe também tem vivido com alguns problemas. Não jogou a final da Liga dos Campeões e ainda não integrou o trabalho de campo na selecção.

Moutinho também teve esta época uma ou outra paragem, algo que não é normal.

Raul Meireles também está parado e faz trabalho de recuperação.

Nani precisa de ritmo competitivo depois de longa paragem. E de readquirir a confiança, porque apenas a espaços teve utilização neste final de época no Manchester United.

Postiga teve este último meio ano complicado. Em breve perceberemos os efeitos da lesão e do longo tempo de paragem.

São jogadores muito importantes para a nossa selecção, veremos em que condição estarão no dia 16 Junho. A selecção vai depender muito do rendimento apresentado por eles, apesar de a equipa e a forma como se apresenta serem aspectos fundamentais para Paulo Bento. Mas todos sabemos que a capacidade de Ronaldo e Nani para desequilibrar e a consistência e solidez de Moutinho e Pepe fazem-nos muita falta.

Entretanto, a bola deixou apenas de rolar nos treinos e Portugal teve no passado sábado o primeiros dos três jogos particulares que vai realizar. Paulo Bento aproveitou para experimentar algumas situações. Um sistema táctico distinto e um onze diferente do habitual, para perceber de que forma ia ser a integração dos novos elementos e a resposta perante outros desafios.

Fez a gestão possível perante lesões, deu descanso a prováveis titulares e minutos a outros que, espera-se, poderão ser alternativa.

A Grécia, com a forma de jogar habitual, obrigou Portugal a assumir o jogo e nem sempre a seleção o fez da melhor forma. Tivemos bons momentos e bons lances mas faltou-nos a intensidade necessária para encostar e criar ainda mais dificuldades a uma selecção colocada atrás.

Paulo Bento iniciou o jogo com dois avançados, preparando o terreno para poder usá-los de início ou no decorrer do Mundial.

A equipa, perante todos os condicionalismos e circunstâncias, tem de preparar as melhores estratégias e abordagens para o que aí vem e estas alterações na forma de jogar vêm nesse sentido. Este é o momento para o fazer.

Temos conversa para as próximas semanas. E Ronaldo? Teremos ou não? Eu acredito que sim.

Se jogar, vamos manter o sistema habitual com Ronaldo numa das alas ou começaremos com dois na frente, sendo Ronaldo o segundo avançado com liberdade total?

O que será melhor para nós?

A selecção tem elementos para jogar num sistema diferente com quatro médios e aí Ronaldo teria companhia no ataque.

Ronaldo pode ser o segundo avançado, veremos.

Faltam quinze dias e tempo suficiente para avaliar e tomar as melhores decisões. Tem a palavra o nosso seleccionador.

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