O PCP vai assistir ou não ao discurso de Zelensky? "No momento apropriado comunicaremos"

14 abr 2022, 11:14
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, numa declaração ao país transmitida em vídeo (AP)

Sessão no Parlamento português com o presidente ucraniano vai decorrer na próxima semana

O grupo parlamentar do PCP está contra a ida de Volodymyr Zelensky ao Parlamento: quer isso dizer que o partido não vai estar na Assembleia quando o presidente ucraniano discursar? “No momento apropriado comunicaremos”, diz à CNN Portugal fonte do partido, que recusa clarificar como é que a questão está a ser avaliada internamente.

Volodymyr Zelensky vai participar por videoconferência numa sessão na Assembleia da República no dia 21 de abril às 15:00 horas. A sessão vai contar também com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. 

O Partido Comunista Português tem-se colocado no caminho da oposição a este discurso. Primeiro foi o único partido contra o requerimento aprovado no Parlamento no dia 6 de abril, com a líder parlamentar a sublinhar que o convite a Zelensky é antagónico ao papel da Assembleia da República - que, “enquanto órgão de soberania, não deve ter um papel para contribuir para a confrontação, para o conflito, para a corrida aos armamentos”.

Entretanto, em entrevista à CNN Portugal, a embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets sublinhou que, ao posicionar-se contra o discurso do presidente Volodymyr Zelensky no Parlamento, o Partido Comunista Português está a participar na campanha de desinformação russa, tendo já alertado o Ministério dos Negócios Estrangeiros para a situação. A diplomata garantiu, inclusive, que a posição do Partido Comunista Português “sempre foi de apoio à posição russa durante os últimos oito anos de conflito internacional entre a Ucrânia e a Rússia”. 

Já recentemente, Bernardino Soares, antigo presidente da Câmara de Loures, referiu que o seu partido nunca se aproximou de Putin e que a Assembleia da República “não pode ser um instrumento de intervenção, de propaganda ou mediática, numa situação tão complexa quanto esta”, de guerra na Europa.

Em debate na CNN Portugal no programa "Crossfire", com Ana Pedrosa-Augusto, Bernardino Soares Soares sublinhou também que no Parlamento "só falam presidentes de outros países que tenham relações especiais com Portugal” - como representantes dos PALOP, o presidente francês e, uma vez, o presidente dos EUA, Ronald Reagan, em 1985.

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