"Há um foco exagerado nas infeções e na eficácia das vacinas", afirma virologista Pedro Simas

4 dez 2021, 12:53

Simas desvalorizou a possível disseminação da variante Ómicron em território nacional, alegando, mais uma vez, que a população portuguesa está muito bem protegida

O virologista Pedro Simas é dos poucos que tem mantido um discurso mais otimista em relação a esta quinta vaga da covid-19. À CNN Portugal, o especialista afirmou que existe um "foco exagerado nas infeções", uma vez que Portugal já não está numa situação pandémica e já tem 90% da população vacinada. 

"Há um foco exagerado nas infeções e na eficácia das vacinas a proteger contra a infeção. O que nós queremos é uma situação em que há uma proteção contra a doença severa, contra a hospitalização, esses é que são os nossos critérios e a nossas linhas vermelhas", disse no programa Fontes Bem Informadas, na manhã deste sábado. 

Por ser alvo de várias críticas por parte de outros especialistas, Pedro Simas explicou que lê a ciência como aprendeu e, olhando para o cenário epidemiológico de Portugal, é normal que no inverno haja "muita infeção", mas isso não tem necessariamente de ser alarmante.

"Numa situação endémica, e isso ainda não foi explicado, há muita infeção, especialmente nesta altura sazonal. Portanto, o nível de infeção endémica se acontecesse numa situação pandémica, há um ano atrás, seria catastrófico, neste momento não porque temos a população vacinada".

"Em Portugal estamos numa fase que por definição científica não pode ser considerada de pandémica, é endémica porque temos a imunidade populacional", acrescentou.  

Ómicron em Portugal

Simas desvalorizou a possível disseminação da variante Ómicron em território nacional, alegando, mais uma vez, que a população portuguesa está muito bem protegida. 

"A Ómicron aparece numa sequência normal de evolução genética destes coronavírus, dissemina-se melhor, aparentemente os dados ainda preliminares indicam que não é mais virulenta, mas se se disseminar em Portugal, dissemina-se numa população com uma imunidade celular e protetora muito boa."

Sendo Portugal um dos países com a maior taxa de vacinação contra a covid-19, é preciso "olhar para os factos", disse, e os factos é que "não importa que as infeções subam, se nós agora temos a proteção e se a severidade da doença na população não sobe".

O virologista esclareceu também que a intensidade da gripe varia muito todos os anos e, por isso mesmo, não adianta "estarmos em alarmismos", acrescentando ainda que o importante agora é colocar todos os focos na terceira dose.

Relacionados

Saúde

Mais Saúde

Patrocinados