Moçambique: 18 mortos em ataques rebeldes e operações militares

Agência Lusa
22 fev 2022, 08:32
Moçambique: o regresso à "normalidade" em Palma após os ataques

Os ataques a cinco povoamentos são atribuídos pela população a grupos insurgentes que desde 2017 atormentam Cabo Delgado

Grupos armados desconhecidos mataram 11 pessoas durante ataques a cinco lugares remotos desde sexta-feira em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, disseram esta terça-feira à Lusa fontes locais.

Ao mesmo tempo, as forças militares anunciaram ter abatido sete rebeldes num outro ponto, em Palma.

Tanto num caso como noutro, estas situações ocorreram no extremo norte da província, junto à fronteira com a Tanzânia.

Os ataques às cinco povoações são atribuídos pela população a grupos insurgentes que desde 2017 atuam em Cabo Delgado.

No caso, as incursões foram dirigidas contra Chikwaia velha, Chikwaia Kankhomba, Janguane, Muia, Mungano no distrito de Nangade onde diversos bens foram saqueados e habitações destruídas.

O número de mortos poderá ser superior a 11, segundo as mesmas fontes. Os ataques destruíram ainda um acampamento de pescadores junto a um rio.

Na sequência desta ofensiva, desde sexta-feira há uma nova fuga de população para a vila de Nangade, sede de distrito, em busca de segurança.

"Aqui na vila está tudo cheio de pessoas, enquanto outras estão a passar para Mueda ou Pemba", acrescentou uma das fontes.

O distrito de Nangade está entre duas partes distintas de Cabo Delgado: a nascente faz fronteira com Palma e Mocímboa da Praia, palco dos principais confrontos, e do lado poente com Mueda, que tem servido de refúgio para milhares de deslocados.

À medida que a ofensiva apoiada por forças do Ruanda e pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) avança, suspeita-se que os rebeldes também se deslocam para províncias e distritos vizinhos, dando origem a ataques pontuais contra povoações.

Na segunda-feira, um portal de informação que acompanha as força de defesa moçambicanas divulgou a morte de sete insurgentes no distrito de Palma, numa operação em que foram descobertos 16 esconderijos no mato e uma base de comunicações rebelde.

Na sequência destas operações, foi anunciado o controlo do posto administrativo de Pundanhar, situado a meio caminho entre Palma e Nangade.

A província de Cabo Delgado, rica em gás natural, é atacada desde 2017 por grupos rebeldes, alguns próximos do Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes e mais de 859 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.

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