Processo de identificação "casa a casa" demorou dois anos e alterou o último levantamento europeu,que foi feito por freguesia.
A secretária de Estado Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, disse esta segunda-feira que foram identificados 451 mil edifícios e estruturas em todo o território nacional onde ainda não há banda larga.
À margem do seminário “Terras de Trás-os-Montes 2030 - Pensar o Presente, Projetar o Futuro”, em Bragança, onde se apresentou a estratégia para a região nos próximos, Isabel Ferreira explicou aos jornalistas que o processo de levantamento que permitiu chegar a este número das chamadas zonas brancas foi “um processo longo, que demorou dois anos” porque foi feito “casa a casa”.
Esta identificação mais pormenorizada foi uma alteração em relação ao último levantamento europeu, feito por freguesia.
A governante explicou ainda que não estão só incluídas habitações, como também empresas e até espaços com terrenos agrícolas.
Para a resolução destas lacunas, “foi preciso também aguardar regulamentação a nível europeu. Foi preciso fazer toda a negociação com a Comissão Europeia, uma vez que vai mobilizar uma parte significativa dos fundos europeus regionais, embora também conte com uma parte vinda do Orçamento do Estado”, avançou Isabel Ferreira, que disse ainda já haver a “autorização formal” europeia.
Estas zonas sem banda larga são “sobretudo nos territórios do interior: “A região do Alentejo é, de todas, aquela em que há maior necessidade de investimento. Mas em todas o volume é significativo”, detalhou Isabel Ferreira, acrescentando que estas regiões do interior “são uma prioridade” e que por isso vão aí ser alocados fundos europeus regionais.
A instalação vai decorrer em Portugal Continental e nas Regiões Autónomas e terá que estar concluído em três anos, “embora 75% do esforço tenha que ser feito nos dois primeiros anos”, esclareceu Isabel Ferreira.
O concurso vai ser lançado formalmente por um consórcio de entidades entre as comissões de coordenação e desenvolvimento regionais e os dois governos das regiões autónomas.
O Governo aprovou a 23 de novembro o lançamento do concurso público internacional para instalação de redes de fibra ótica no interior, num investimento de 425 milhões de euros, segundo comunicado do Conselho de Ministros.
Destina-se à “instalação, gestão, exploração e manutenção de redes de fibra ótica para territórios onde a mesma não existe, ou não existe com qualidade”, lê-se no comunicado enviado. Vai permitir "sobretudo nos territórios do interior do país, o acesso à internet em banda larga”.