Estórias de... água

17 jun 2000, 22:00

Opinião de Vítor Pereira Vítor Pereira, único árbitro português no Euro-2000, escreve nestas páginas durante a competição.

BRUXELAS-Com tanta gente de tantas nacionalidades acontecem sempre estórias divertidas.

Sabe-se também que a água é um elemento que proporciona alguma descontração e animação.  

Pois bem, estávamos na piscina da Real Academia Militar da Bélgica, em pleno treino, e havia cruzamentos contínuos entre nós. Então o insólito aconteceu. Eddie Foley, o assistente irlandês, talvez o elemento mais leve e pequeno da comitiva cruzou-se com Dick Jol, o holandês, ex-jogador da bola e sempre danado para a brincadeira, e Hugh Dallas, o simpático e inteligente escocês. 

O pequeno Eddie desapareceu por segundos. Quando regressou à tona da piscina vinha aflito. Não com falta de ar, como seria suposto, mas sim porque na mão de Dick estavam os seus calções de banho, que voaram para fora da piscina. 

Para aumentar a tensão, uma fotógrafa acompanhava a sessão com bonecos a propósito entrava na paródia. 

Valeu ao assustado Foley mister Helsen, nosso treinador, que lhe devolveu subrepticiamente a peça de vestuário. 

Não deixou de ser divertido, até porque só estávamos nós no local. Ainda mais divertido porque, confesso-vos, não foi comigo. 
 
 

A segunda estória passou-se também nas instalações da Academia Militar quando fazíamos o quinto jogo da tarde, com cerca de 30 graus de temperatura. 

O jogo consistia em passar a água, que estava dentro do balde, para outro balde vazio, distante do primeiro cerca de 10 metros, através de meias canas de plástico rijo, seguras pelos vários elementos.  

O pior foi quando (quem havia de ser!) Dick Jol pegou no seu balde e o despejou por completo por cima do africano Dramane Dante que estava concentrado na sua missão. Coitado do maliano, ficou encharcado até aos pés.  

Como vêem ainda estamos no princípio e estas sessões têm o efeito desejado: a construção de verdadeiras equipas entre nós. 

Tal como nas equipas de futebol, o bom ambiente entre os vários elementos é fundamental para o desenrolar da competição. No caso das selecções o objectivo é obviamente a vitória. No nosso caso particular a vitória é a ausência de erros e a resolução dos delicados problemas de ordem técnica e disciplinar. É isso que está a acontecer neste início de Europeu. É esse também o nosso objectivo.  

VÍTOR PEREIRA

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