NATO reage a Trump: "Qualquer sugestão de que os aliados não se defenderão mutuamente compromete toda a nossa segurança"

CNN Portugal , ARC
11 fev, 17:09
Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO (AP Photo)

Jens Soltenberg garante que a NATO está "pronta e capaz de defender todos os seus aliados" em caso de ataque

A NATO já reagiu às declarações de Donald Trump, que admitiu que “encorajaria” a Rússia a invadir qualquer um dos aliados que não cumpra com as suas obrigações financeiras para com a Aliança Atlântica. Jens Stoltenberg alerta que tais afirmações podem pôr em risco as vidas dos soldados americanos e europeus.

"Qualquer sugestão de que os aliados não se defenderão mutuamente compromete toda a nossa segurança, incluindo a dos EUA, e coloca os soldados americanos e europeus em risco acrescido”, disse o secretário-geral da NATO.

Stoltenberg garante que a Aliança Atlântica “continua pronta e capaz de defender todos os seus aliados” e que qualquer ataque será objeto de uma resposta unida e vigorosa”.

"Espero que, independentemente de quem ganhe as eleições presidenciais, os EUA continuem a ser um aliado forte e empenhado da NATO", adianta ainda. 

O ex-presidente e atual candidato à Casa Branca, Donald Trump, mencionou uma alegada reunião com membros da organização durante um comício no estado da Carolina do Sul e até reproduziu um diálogo que teve com "um dos presidentes de um grande país". 

"Um dos presidentes de um grande país levantou-se e perguntou: 'Se não pagarmos e formos atacados pela Rússia, vai proteger-nos?'", contou. Como resposta, o candidato às presidenciais dos EUA pelos republicanos admitiu que não protegeria e que encorajava os russos “a fazer o que quisessem”. “Têm de pagar as vossas contas”, acrescentou.

As reações surgem agora dos EUA até à Europa. Desde logo, a Casa Branca garantiu que os comentários de Donald Trump são “desequilibrados”. "Encorajar invasões aos aliados mais próximos dos EUA por regimes assassinos é terrível e desequilibrado - e põe em perigo a segurança nacional americana, a estabilidade global e a nossa economia", considerou o porta-voz Andrew Bates.

Já o comissário europeu para o mercado interno relembrou que as acusações de Trump face às despesas militares da NATO não são “nada de novo”. "Não podemos mudar a nossa segurança de quatro em quatro anos em função desta ou daquela eleição, nomeadamente a eleição presidencial dos EUA", acrescentou Thierry Breton.

Ainda Peter Ricketts, membro da Câmara dos Lordes do Reino Unido e antigo representante permanente da NATO em Bruxelas, reagiu através do X. “Não é muito plausível que o presidente de um 'grande' país europeu lhe pergunte isso (ou lhe chame senhor!)”, escreveu.

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