50 mil refugiados do Nagorno-Karabakh já entraram na Arménia

Pedro Falardo , Atualizada às 13:06
27 set 2023, 11:23
Refuagiados do Nagorno-Karabakh (AP)

Entretanto, o número de mortos da explosão de um tanque de combustível na região subiu para 125

Cerca de 50 mil refugiados do Nagorno-Karabakh já entraram em território arménio, indicou a porta-voz do primeiro-ministro arménio esta quarta-feira.

Este número corresponde a mais de 40% da população arménia residente na região, que se estimava ser de 120 mil. Destas 50 mil pessoas, cerca de 22 mil já foram registadas na Arménia.

A deslocação forçada começou no domingo, cinco dias depois de o Azerbaijão ter lançado uma ofensiva sobre Nagorno-Karabakh, que matou mais de 200 arménios e feriu, pelo menos, outros 400, de acordo com os últimos dados disponibilizados pela provedoria dos direitos humanos de Artsakh, entidade política que administrava o território.

Entretanto, enquanto milhares permaneciam em filas intermináveis para sair da região, um tanque de combustível explodiu perto de Stepanakert, a maior cidade da região.

De acordo com o mais recente balanço do Ministério da Saúde da Arménia, a explosão de segunda-feira matou pelo menos 125 pessoas e feriu mais de 300. A causa da explosão ainda não foi determinada.

O Azerbaijão lançou na terça-feira, dia 19 de setembro, o que designa de “operação antiterrorista” contra a região do Nagorno-Karabakh.

O Ministério da Defesa do Azerbaijão exigiu a “total e incondicional” retirada das tropas arménias da região, reconhecida internacionalmente como território azeri, a qual considera ser a “única forma de garantir a paz e a estabilidade na região”.

Esta operação foi desencadeada após seis azeris – quatro polícias e dois civis – terem sido mortos com a explosão de minas numa zona da região controlada por Baku.

Os arménios começaram a habitar o Nagorno-Karabakh desde, pelo menos, o século II a.C.. A saída destas 120 mil pessoas termina, assim, com milhares de anos de ocupação do território por parte deste povo.

"O nosso povo não quer viver como parte do Azerbaijão. 99.9% preferem deixar as nossas terras históricas", disse David Babayan, conselheiro de Samvel Shahramanyan, presidente da autoproclamada República de Artsakh, à agência Reuters este domingo.

"O destino do nosso pobre povo ficará na História como uma desgraça e uma vergonha para o povo arménio e para todo o mundo civilizado. Os responsáveis pelo nosso destino terão um dia de responder perante Deus pelos seus pecados”, completou Babayan.

O Azerbaijão, por seu turno, garante que quer integrar os arménios do Nagorno-Karabakh no país, prometendo tratá-los “como cidadãos iguais”.

“Quero reiterar que o Azerbaijão está determinado a reintegrar os habitantes arménios da região de Karabakh, no Azerbaijão, como cidadãos iguais”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jeyhun Bayramov, na Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque. “A Constituição, a legislação nacional do Azerbaijão e os compromissos internacionais que assumimos são uma base sólida para este objetivo.

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