O que se passou em Salvador vai entrar para a história dos Mundiais. Um campeão em título levar 1-5, depois de estar a ganhar, é algo inimaginável. Adeus Roja, foi bom enquanto durou
O dia 2 do Mundial-2014 em cinco pontos: 1. Não há impérios eternos, mas parecia que esta Espanha (que nos últimos seis anos teve domínio pouco habitual, pela duração e pela clareza, no futebol europeu e mundial) ainda iria ter no Brasil uma última oportunidade de acrescentar história. Poucos ( ninguém?) imaginariam que a Roja, logo ao primeiro jogo, iria fazer história, sim, mas por um autêntico banho de bola que levou de uma Holanda em estado de êxtase. Há quatro anos a Espanha também perdeu o primeiro jogo e depois foi campeã do Mundo? Certo, mas quem viu aquele jogo com a Suíça sabe que foi tudo diferente. Hoje a Espanha foi humilhada e é de admitir que não tenha condições de se reerguer a tempo de voltar a entrar na corrida pelo título. A sensação que fica de hoje foi a de uma derrocada.
2. Foi mesmo uma pena que a Holanda não tenha jogado de laranja nesta fantástica partida em Salvador. Porque foi mesmo uma Holanda supermecânica, a triturar, a partir dos 44, uma Espanha que em quase toda a primeira parte até parecia que poderia vencer esta estreia no Mundial-2014. O facto deste 1-5 ter sido numa reedição da final de 2010 conferiu um certo tom de vingança à goleada holandesa. Aquele voo épico de Van Persie foi um hino à beleza do futebol; os dois golaços de Robben vão ficar na memória. A Holanda soube aproveitar os espaços que a Espanha ofereceu, à medida que o resultado se avolumava. Único ponto positivo do jogo-pesadelo dos espanhóis: aquela assistência extraordinária (precedida de receção soberba) de Xavi para Diego Costa, no lance do penálti. Foi excelente, sim. Mas curto, claro.
3. Ok, vamos imaginar que a Espanha se restabelece a tempo de ser pelo menos segunda no grupo B. Cenário quase certo para os oitavos: Brasil-Espanha. Uau. Das duas, uma: ou a Roja ressuscita deste massacre holandês e parte para mais uma «remontada» improvável, ou corre o risco de levar nova humilhação, agora com o escrete. Depois do mal estar feito, é mais fácil apontar o dedo, mas... Casillas terá mesmo condições de ser titular da seleção quando há muito não o titular do Real para a Liga?
4. Dava vontade de hoje só falar deste histórico Espanha 1-Holanda 5, mas à tarde houve um México-Camarões e à hora em que esta crónica está a ser publicada (23.30h), decorre no Arena Pantanal, em Cuiabá, o Chile-Austrália. Sobre os chilenos valerá a pena falar bem melhor antes do (agora bem mais) apetitoso Espanha-Chile de quarta-feira. O estádio dessa partida da segunda jornada do grupo B, o Maracanã, não podia ser mais adequado: é que vai mesmo ser uma final para a Espanha, depois do que aconteceu esta noite em Salvador. Mas então sobre o triunfo do México sobre os Camarões: deixemos para o ponto seguinte os erros de arbitragem e foquemo-nos no resultado. A vitória dos mexicanos foi justa e coloca a formação de Miguel Herrera teoricamente bem lançada para os oitavos. Mas atenção à Croácia: o futebol dos croatas em várias fases do jogo com o Brasil dá-lhes esperança de acreditarem pelo menos no segundo posto do grupo A.
5. Ainda só vamos no segundo dia e já deu para perceber que as arbitragens vão ser um problema muito complicado deste Mundial. Na abertura foi o «fator casa» a resolver para o Brasil (e de que maneira!), pelo menos com o penálti mal assinalado e com a falta não sancionada no início do lance que redundou no golo genial de Oscar. Desta vez, Giovani dos Santos a ver dois golos limpos a serem-lhe anulados no México-Camarões, em altura em que ainda se registava 0-0. Falta um mês inteirinho para a final do Maracanã (13 de julho) e já tantos erros graves. A este nível?
2. Foi mesmo uma pena que a Holanda não tenha jogado de laranja nesta fantástica partida em Salvador. Porque foi mesmo uma Holanda supermecânica, a triturar, a partir dos 44, uma Espanha que em quase toda a primeira parte até parecia que poderia vencer esta estreia no Mundial-2014. O facto deste 1-5 ter sido numa reedição da final de 2010 conferiu um certo tom de vingança à goleada holandesa. Aquele voo épico de Van Persie foi um hino à beleza do futebol; os dois golaços de Robben vão ficar na memória. A Holanda soube aproveitar os espaços que a Espanha ofereceu, à medida que o resultado se avolumava. Único ponto positivo do jogo-pesadelo dos espanhóis: aquela assistência extraordinária (precedida de receção soberba) de Xavi para Diego Costa, no lance do penálti. Foi excelente, sim. Mas curto, claro.
3. Ok, vamos imaginar que a Espanha se restabelece a tempo de ser pelo menos segunda no grupo B. Cenário quase certo para os oitavos: Brasil-Espanha. Uau. Das duas, uma: ou a Roja ressuscita deste massacre holandês e parte para mais uma «remontada» improvável, ou corre o risco de levar nova humilhação, agora com o escrete. Depois do mal estar feito, é mais fácil apontar o dedo, mas... Casillas terá mesmo condições de ser titular da seleção quando há muito não o titular do Real para a Liga?
4. Dava vontade de hoje só falar deste histórico Espanha 1-Holanda 5, mas à tarde houve um México-Camarões e à hora em que esta crónica está a ser publicada (23.30h), decorre no Arena Pantanal, em Cuiabá, o Chile-Austrália. Sobre os chilenos valerá a pena falar bem melhor antes do (agora bem mais) apetitoso Espanha-Chile de quarta-feira. O estádio dessa partida da segunda jornada do grupo B, o Maracanã, não podia ser mais adequado: é que vai mesmo ser uma final para a Espanha, depois do que aconteceu esta noite em Salvador. Mas então sobre o triunfo do México sobre os Camarões: deixemos para o ponto seguinte os erros de arbitragem e foquemo-nos no resultado. A vitória dos mexicanos foi justa e coloca a formação de Miguel Herrera teoricamente bem lançada para os oitavos. Mas atenção à Croácia: o futebol dos croatas em várias fases do jogo com o Brasil dá-lhes esperança de acreditarem pelo menos no segundo posto do grupo A.
5. Ainda só vamos no segundo dia e já deu para perceber que as arbitragens vão ser um problema muito complicado deste Mundial. Na abertura foi o «fator casa» a resolver para o Brasil (e de que maneira!), pelo menos com o penálti mal assinalado e com a falta não sancionada no início do lance que redundou no golo genial de Oscar. Desta vez, Giovani dos Santos a ver dois golos limpos a serem-lhe anulados no México-Camarões, em altura em que ainda se registava 0-0. Falta um mês inteirinho para a final do Maracanã (13 de julho) e já tantos erros graves. A este nível?
«Do lado de cá» é um espaço de opinião da autoria de Germano Almeida, jornalista do Maisfutebol, que aqui escreve todos os dias durante o Campeonato do Mundo, sempre às 23.30h. Germano Almeida é também responsável pelas crónicas «Nem de propósito» e pela rubrica «Mundo Brasil», publicadas na MFTotal. Pode segui-lo no Twitter ou no Facebook.
