Os mosquitos picam mais umas pessoas do que outras e esta é a explicação

24 jul 2022, 10:00
Mosquito (Getty Images)

Estudos revelam que estes insetos sentem-se atraídos por um grupo específico de moléculas, apesar de ainda não se saber que aromas os atraem

Os mosquitos são, muitas vezes, responsáveis por doenças como dengue, zika ou febre amarela, que ameaçam milhões de pessoas no mundo e causam outras tantas mortes. 

Mas por que picam os mosquitos mais umas pessoas do que outras? Segundo estudos do Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças e da Universidade Tsinghua, de Pequim, ainda não se sabe bem que aromas atraem os insetos, mas as pesquisas mostram que serão atraídos por um grupo específico de moléculas, não podendo ser excluídas condicionantes como o calor, a humidade e os odores da pele.

Uma equipa de cientistas coordenada por Matthew DeGennaro, da Universidade Internacional da Florida, nos EUA, identificou um recetor de odor único, conhecido como receptor ionotrópico 8a (IR8a), que permite ao mosquito Aedes aegypti (vetor transmissor de doenças como a febre-amarela) detetar o ácido láctico.

Quando os investigadores alteraram o IR8a, que pode ser encontrado nas antenas, perceberam que os mosquitos deixavam de ser capazes de detetar os odores do ácido láctico ou de outros ácidos produzidos pelos humanos.

Outro odor que atrai os mosquitos é a acetofenona, uma molécula produzida em excesso por pessoas e ratos com dengue ou Zika. Quando os mosquitos picam estes doentes, apanham o sangue infetado e transportam o vírus para outros indivíduos. 

Outro dos microorganismos que atrai os mosquitos são os parasitas que causam a malária, os Plasmodium falciparum, o que faz com que as pessoas infetadas sejam mais atrativas para os Anopheles gambiae, mosquitos responsáveis pela transmissão da doença.

Apesar de, segundo um estudo publicado na revista Nature, a razão continuar a ser desconhecida, os cientistas acreditam que pode estar relacionada com o factos de os parasitas produzirem o precursor isoprenoide (E)-4-hidroxi-3-metil-but2-enil pirofosfato (HMBPP), que afeta a suscetibilidade de infeção, assim como os comportamentos de procura e alimentação com sangue do mosquito. Ou seja, o HMBPP ativa os glóbulos vermelhos para aumentar a libertação de CO2 aldeídos e monoterpenos, que juntos atraem o mosquito.

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