Sérgio Ramos: «Não se pode falar de profissionalismo no basquetebol português»

23 abr 2003, 20:43

Internacional português fala das diferenças de jogar em Espanha O internacional português fala de como é jogar basquetebol lá fora, agora que a sua equipa deu mais um passo em direcção ao «play-off».

A cumprir a sua segunda época na liga espanhola, o português Sérgio Ramos tem sido uma das figuras em destaque na equipa de basquetebol do Caprabo Lleida. A vitória do passado fim-de-semana sobre o Fuenlabrada, um rival directo, assumiu-se como mais um passo importante em direcção ao «play-off», um objectivo traçado desde o início da temporada.

O internacional português contribuiu para a vitória com 14 pontos e dois ressaltos, sendo o jogador do Lleida que mais tempo esteve em campo. Com o resultado, a equipa passou à frente do rival na classificação e encontra-se actualmente no 11º lugar da tabela, mas a apenas dois pontos de distância do quinto classificado, o Real Madrid.

Nas competições europeias, o Caprabo Lleida também não se pode queixar. A equipa chegou aos quartos-de-final, caindo então em casa dos eslovenos do Krka Novo Mesto, após vitória caseira na primeira mão. Em casa, Sérgio Ramos marcou 12 pontos, na Eslovénia, foi o jogador que mais pontos rendeu aos espanhóis (16).

Bem encaminhado para voltar a fazer parte do «play-off» espanhol, Sérgio Ramos confessa estar satisfeito com o trabalho que está a ser realizado. «Estou bastante contente a nível individual e colectivo. Tenho jogado bastante tempo e tenho-me destacado», reconhece. «Se ganharmos no próximo fim-de-semana podemos subir mais um posto na classificação e acho que temos capacidade para atingir o play-off, que era um dos objectivos da época, juntamente com um bom desempenho nas competições europeias, que também conseguimos fazer.»

«Em Portugal, não se pode falar de profissionalismo»

Sérgio Ramos chegou ao Caprabo Lleida na época 2001/02, depois de ter estado também em Itália, onde representou o Adecco Milan e o de Vizia Avellino. E o jogador português, que jogou quatro temporadas no Benfica, vencendo a Taça de Portugal em 1996, garante que encontrou muitas diferenças lá fora. «Em termos de organização e até de público- aqui temos sempre 6.000 pessoas nos jogos em casa, enquanto em Portugal se tivermos 500 já é muito- e das estruturas profissionais, tudo é diferente», explica.

O extremo fala de amadorismo no basquetebol português, nomeadamente ao nível dos dirigentes. «Em Portugal fala-se de profissionalismo, mas a maior parte das coisas continuam a ser amadoras. Ao nível dos dirigentes e de outros pontos não se pode falar de profissionalismo», afirma. «Aqui vive-se o profissionalismo. A nível financeiro, a remuneração é mais elevada, mas é muito mais do que isso, são as condições para a família e a própria qualidade do basquetebol.»

Conhecendo as duas realidades, Sérgio Ramos, presença habitual na selecção portuguesa, não esconde que quer continuar a jogar no estrangeiro e, de preferência, vestir a camisola de um grande. «Em termos de futuro a longo prazo, gostava de dar o salto para uma equipa grande. Mas estou muito satisfeito com o meu clube e se derem condições para lutar pelo título ficarei por aqui», diz.

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