Carl Lewis reconhece controlos positivos mas não pretende devolver medalha

23 abr 2003, 18:06

Atleta considera que foram resultados normais O atleta norte-americano desvaloriza os valores agora revelados e diz que é ridículo falar em devolver a medalha de ouro.

Carl Lewis desvalorizou as acusações de doping dirigidas por Wade Exum, antigo director do controlo anti-doping do Comité Olímpico Norte-Americano (USOC) e considerou ridículas as intenções do advogado de Ben Johnson, que reclamou a devolução da medalha de ouro conquistada em Seul em 1988. O ex-atleta norte-americano reconheceu que teve três controlos positivos na preparação para os Jogos Olímpicos de Seul, mas relativizou a questão, lembrando que à época as quantidades consideradas dopantes eram muito diferentes. «Naquela altura, se tivessemos um controlo positivo, o Comité queria saber qual era a substância e dava-nos um aviso. É por isso que havia tanta gente. Não há prova nenhuma de que esse medicamentos façam alguma coisa, mas agora a política sobre essas substâncias mudou. Leva-se três meses de aviso e à segunda é-se suspenso», acrescentou, em declarações citadas pela Associated Press.

Exum divulgou recentemente cerca de 30 mil páginas de documentação em que acusa o USOC de encobrir casos de controlos anti-doping positivos. No caso de Carl Lewis, o atleta teria acusado efedrina, pseudoefedrina e fenilpropanolamina na qualificação norte-americana para os Jogos. O antigo director revelou que Carl e outros atletas tiveram resultados positivos que acusaram substâncias presentes em medicamentos para constipações.

Entretanto, Baaron Pittenger, que era director-executivo do USOC em 1998, disse que na altura, a quantidade de substância proibida detectada não era significativa, e não indicava que fiosse tomada para potenciar o desempenho atlético. «Naquele tempo as regras pediam que se determinasse a intenção do uso das substâncias. Os níveis eram de menos de 10 microgramas por milímetro de sangue, o que coincidia com o uso ocasional», justificou. Pittinger acrescentou ainda que se fosse hoje, aquele resultado não iria sequer requerer que o laboratório o comunicasse.

Lewis nem quis ouvir falar em ter de devolver a medalha de ouro conquistada na prova dos 100 metros nos Jogos Olímpicos: «É ridículo, o que é que isso interessa 15 anos depois?»

Mais Lidas

Patrocinados