Certo é que está marcado novo encontro. Outro facto: logo após o fim da reunião desta segunda-feira, a Rússia atacou Kiev
A ronda das negociações desta segunda-feira entre as delegações da Ucrânia e Rússia, que ocorreram na Bielorrússia, para se tentar um cessar-fogo acabou pelas 16h30 de Portugal Continental - logo a seguir Kiev foi bombardeada. As conversações duraram cerca de seis horas e o conselheiro presidencial de Zelensky, que esteve no encontro, foi o primeiro a reagir.
Citado pela agência AFP, Mikhailo Podoliak revelou que "as partes estabeleceram uma série de prioridades e questões que requerem determinadas decisões". Posteriormente, recorreu ao Twitter para lembrar que as negociações são "muito difíceis", acrescentando que o lado russo continua "extremamente enviesado".
“As negociações são difíceis. Contudo, para já não recebemos nenhum ultimato obrigatório. Infelizmente, o lado russo permanece extremamente enviesado em relação aos processos destrutivos”, disse o conselheiro presidencial ucraniano Mikhailo Podolyak, numa publicação no Twitter.
Negotiations are difficult. However, without any obligatory ultimatums already. Unfortunately, the Russian side is still extremely biased regarding the destructive processes it launched.
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) February 28, 2022
Já o homólogo russo, Vladimir Medinsky, disse que o novo encontro vai ocorrer lugar "em breve" na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia. Ainda assim, nenhuma das partes partilhou publicamente o resultado concreto destas conversações.
Putin apresenta condições para cessar-fogo em resposta a Macron
O Kremlin fez saber também saber em comunicado de imprensa que Putin declarou ao seu homólogo francês, Emmanuel Macron, as exigências, como condição para o cessar-fogo, do reconhecimento da Crimeia como território russo, a "desnazificação" do Governo ucraniano e um estatuto neutro para a Ucrânia.
Numa altura em que decorrem conversações entre delegações russas e ucranianas, o Presidente francês propôs ainda a Vladimir Putin que os dois continuem em contacto nos próximos dias de forma "a prevenir o agravamento da situação" e o líder russo terá também concordado.
Oposição interna do regime russo apela à "desobediência civil"
Por outro lado, os apoiantes de Alexei Navalny, principal opositor interno do regime russo, estão a apelar a uma desobediência civil contra a guerra na Ucrânia.
“Putin declarou uma guerra na Ucrânia e está a tentar fazer com que toda a gente pense que a Ucrânia foi atacada pela Rússia. Mas isso não é verdade. Temos de mostrar que não apoiamos esta guerra. Apelamos a todos os russos que mostrem desobediência civil. Não fiquem calados”, pode ler-se na publicação feita no Twitter pela equipa de Navalny.