O que se sabe, o que não se sabe: o balanço do encontro para cessar-fogo na guerra

Nuno Mandeiro , com Lusa
28 fev 2022, 19:02
Negociações entre a delegação de diplomatas russos e ucranianos na Bielorrússia (Sergei Kholodilin/BelTA Pool Photo via AP)

Certo é que está marcado novo encontro. Outro facto: logo após o fim da reunião desta segunda-feira, a Rússia atacou Kiev

A ronda das negociações desta segunda-feira entre as delegações da Ucrânia e Rússia, que ocorreram na Bielorrússia, para se tentar um cessar-fogo acabou pelas 16h30 de Portugal Continental - logo a seguir Kiev foi bombardeada. As conversações duraram cerca de seis horas e o conselheiro presidencial de Zelensky, que esteve no encontro, foi o primeiro a reagir.

Citado pela agência AFP, Mikhailo Podoliak revelou que "as partes estabeleceram uma série de prioridades e questões que requerem determinadas decisões". Posteriormente, recorreu ao Twitter para lembrar que as negociações são "muito difíceis", acrescentando que o lado russo continua "extremamente enviesado". 

“As negociações são difíceis. Contudo, para já não recebemos nenhum ultimato obrigatório. Infelizmente, o lado russo permanece extremamente enviesado em relação aos processos destrutivos”, disse o conselheiro presidencial ucraniano Mikhailo Podolyak, numa publicação no Twitter.

Já o homólogo russo, Vladimir Medinsky, disse que o novo encontro vai ocorrer lugar "em breve" na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia. Ainda assim, nenhuma das partes partilhou publicamente o resultado concreto destas conversações.

Putin apresenta condições para cessar-fogo em resposta a Macron

O Kremlin fez saber também saber em comunicado de imprensa que Putin declarou ao seu homólogo francês, Emmanuel Macron, as  exigências, como condição para o cessar-fogo, do reconhecimento da Crimeia como território russo, a "desnazificação" do Governo ucraniano e um estatuto neutro para a Ucrânia.

Numa altura em que decorrem conversações entre delegações russas e ucranianas, o Presidente francês propôs ainda a Vladimir Putin que os dois continuem em contacto nos próximos dias de forma "a prevenir o agravamento da situação" e o líder russo terá também concordado.

Oposição interna do regime russo apela à "desobediência civil"

Por outro lado, os apoiantes de Alexei Navalny, principal opositor interno do regime russo, estão a apelar a uma desobediência civil contra a guerra na Ucrânia.

“Putin declarou uma guerra na Ucrânia e está a tentar fazer com que toda a gente pense que a Ucrânia foi atacada pela Rússia. Mas isso não é verdade. Temos de mostrar que não apoiamos esta guerra. Apelamos a todos os russos que mostrem desobediência civil. Não fiquem calados”, pode ler-se na publicação feita no Twitter pela equipa de Navalny.

 

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