Ucranianos estão a usar garrafas de vinhos portugueses para fazer "cocktails molotov"

28 fev 2022, 17:04
Garrafas portuguesas na preparação de cocktails molotov

O Ministério da Defesa da Ucrânia aconselhou a população a fazer cocktails molotov para neutralizar os tanques russos que invadem o país desde quinta-feira. Entre centenas de garrafas de vidro, foram avistadas algumas portuguesas

À medida que as tropas russas se espalham na Ucrânia, civis de várias cidades do país são treinados para o uso de armas, primeiros socorros e procedimentos de emergência. Nunca imaginariam tornar-se combatentes até os militares de Vladimir Putin atravessarem a fronteira. Agora aguardam diariamente a sua chegada.

Para além de armamento pessoal, muitos já recorrem a métodos tradicionais de guerrilha produzidos em lugares recônditos, longe da mira dos invasores. Este domingo, alguns moradores de Dnipro - a quarta maior cidade da Ucrânia - reuniam garrafas de vidro vazias para produzir cocktails molotov. Em Kiev, centenas de garrafas eram devidamente preparadas com pedaços de tecido e materiais inflamáveis. Um vídeo divulgado pela Radio Free Europe/Radio Liberty, mostra uma garrafa de vinho setubalense, da Adega de Pegões, pronta para cumprir o seu propósito: parar os tanques russos.

Ucraniano testa cocktail molotov (AP/Efrem Lukatsky)

Depois dos primeiros ataques em Kiev, o Ministério da Defesa ucraniano utilizou o Twitter na sexta-feira para sugerir aos civis que fizessem cocktails molotov destinados à defesa do país. “Neutralizem o ocupante”, escreveu. Na mesma rede social, forneceu inclusivamente instruções de utilização aos cidadãos, e a televisão ucraniana seguiu o exemplo. Já os "habitantes pacíficos" de Olobon, em Kiev, foram aconselhados a avisar sobre os invasores e a permanecer dentro das suas casas. 

 

O mercado da viticultura, que beneficia de várias exportações para a Ucrânia, Rússia e Bielorrússia, está a ser afetado durante o período de guerra. Com 30% da quota de exportação nestes países, o Vinho Verde sofre com as consequências do bloqueio económico do Ocidente e muitos produtos preparados para o envio ficaram para trás. 

Enquanto a população aguarda os resultados de um encontro para um possível cessar-fogo, é avistada uma enorme coluna militar russa a caminho de Kiev.

A ONU diz que mais de 420 mil ucranianos já escaparam para os países vizinhos. 

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