Ministro do Ambiente garante que abastecimento de água durante os próximos dois anos “não está em causa”

3 fev 2022, 22:09

No entanto, Matos Fernandes deixa um recado: “temos mesmo de poupar e gastar menos água”

O ministro do Ambiente e Ação Climática João Pedro Matos Fernandes esteve no Jornal da CNN desta quinta-feira, onde abordou os temas da seca em Portugal e a exploração do lítio.

Questionado por Júlio Magalhães sobre as medidas de contenção tomadas na terça-feira, que estipularam a suspensão da produção de eletricidade em quatro barragens devidos aos baixos níveis de água, o ministro salientou que a prioridade tem de ser o consumo humano.

“Temos de garantir, apesar de não estar em nenhuma que lei, que temos água para consumo humano durante dois anos, e isso não está posto em causa em nenhuma das albufeiras portuguesas”.

Apesar disso, Matos Fernandes reforçou o apelo: “temos mesmo de poupar e gastar menos água. Alterações climáticas não querem dizer, necessariamente, menos água, mas na bacia do Mediterrâneo, não há dúvidas nenhumas: quer dizer menos água. Temos de nos adaptar. As perspetivas são de, em 20 anos, haver menos de 25% de pluviosidade em Portugal”.

Questionado por Júlio Magalhães sobre como combater a escassez de água, o ministro do ambiente deu duas soluções: ações de sensibilização e investimento.

“Estamos a investir 500 milhões no sistema de abastecimento de águas, temos de perder menos água nas condutas. Não conhecemos as perdas de água no abastecimento agrícola, só no abastecimento urbano. A média é 30% (no abastecimento urbano), e há uma coisa que sabemos: na agricultura, a média é certamente superior a este número, e por isso temos de fazer estes investimentos”, afirmou.

Em relação ao tema da exploração do lítio, Matos Fernandes confessa ter alguma dificuldade em perceber aqueles que faltam em “falta de transparência” em todo este processo, e garante que as autarquias foram informadas e estiveram envolvidas.

O ministro garantiu também que a exploração deste minério e vital para a independência da Europa e para a transição energética e digitalização, e relembrou: “Nenhum deste lítio que vai ser extraído em Portugal pode ser exportado em bruto, tem de ser transformado em Portugal. Temos um projeto industrial, que vai desde a extração à reciclagem das baterias.

No fim, interrogado sobre a sua continuação no Governo, Matos Fernandes dexiou tudo em aberto.

“Não coloco essa questão a mim próprio. É uma folha em branco que o senhor primeiro-ministro vai certamente construir muito bem. Seria a coisa mais normal sair do Governo ao fim de seis anos como ministro.”

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