Marcelo gosta mais de Montenegro ou de Costa? São "estilos diferentes" (e uma explicação sobre o primeiro-ministro ser "rural")

24 abr, 18:33

Chefe de Estado tentou esclarecer palavras polémicas durante conversa com jornalistas estrangeiros

O Presidente da República esclareceu as palavras polémicas que teve durante um encontro com jornalistas estrangeiros, e no qual se referiu ao primeiro-ministro como alguém "rural". Marcelo Rebelo de Sousa explicou que essas palavras iam no sentido de caracterizar o PSD, partido do qual foi presidente, como um partido mais rural do que o PS, que é mais "urbano".

À saída do Largo do Carmo, onde esteve em comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, o chefe de Estado classificou Luís Montenegro como "imprevisível", além de ter um caráter de "inovação e surpresa". É nesse ponto que Marcelo Rebelo de Sousa coloca a escolha de Sebastião Bugalho como candidato do PSD às eleições europeias.

"Tem um estilo diferente, muito diferente do primeiro-ministro anterior [António Costa]. Um estilo que está a surpreender, vai surpreender, e por isso disse que há um lado imprevisível", acrescentou, até porque na conversa com os jornalistas estrangeiros também se referiu a António Costa.

Marcelo Rebelo de Sousa assinala que Luís Montenegro tem gerido o seu mandato de uma forma mais silenciosa, recusando que estas declarações retirem o foco ao 25 de Abril. Esta forma de ser do primeiro-ministro não é um obstáculo, continuou o chefe de Estado, assinalando que um Governo de centro-direita, depois de quase nove anos de um governo de esquerda, além de uma maior governação de esquerda em 30 anos, é "um longo período que significa começar uma caminhada de novo".

Sobre a utilização da palavra rural, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que "o PSD tem essa caraterística antiga", tendo surgido como um partido "nacional". "O primeiro-ministro vem dessas raízes, tem muito que ver com essas raízes", acrescentou, garantindo que essas palavras serviram para esclarecer os jornalistas estrangeiros.

Voltando atrás, e falando na saída de António Costa e na dissolução da Assembleia da República, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a deixar claro: não era isso que queria. "Só houve dissolução porque o primeiro-ministro saiu, se não tivesse saído não teria havido aquilo que houve. Esperava que [a legislatura] durasse até 2026", sublinhou.

Questionado sobre uma comparação direta entre os dois primeiros-ministros, Marcelo Rebelo de Sousa falou em "estilos diferentes", mas lembrou que conhece António Costa desde os 19 anos, além de ter passado quase nove anos numa relação institucional. Sobre Luís Montenegro, disse o Presidente da República, há um "estilo diferente".

"Cada homem é a sua circunstância", terminou.

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