Montenegro faz “mea culpa” e promete estar “à altura” de Cavaco: “sei que as pessoas esperam mais de mim do que aquilo que fui capaz de mostrar até agora”

25 nov 2023, 21:10

Presidente do PSD reconhece que os últimos dias lhe deram um “suplemento de ambição, de energia, para dar a Portugal um grande governo", contrariando uma certa imagem de falta de carisma que lhe tem sido associada tanto à esquerda como à direita

Luís Montenegro reconheceu que, “até agora”, não esteve à altura das expectativas que foram criadas para ele enquanto presidente do PSD. Uma confissão feita no discurso de encerramento do 41º Congresso do PSD este sábado em Almada, perante as críticas à esquerda e à direita de que o líder social-democrata não tem o carisma necessário para ser primeiro-ministro.

“Ouço mesmo as pessoas. Tenho ouvi algumas que me dizem que tenho de ser mais enérgico, acutilante. Alguns até me dizem, com simpatia, para ser aquilo líder parlamentar que eles têm na memória”, afirmou. Da plateia ouviram-se vários “exatamente” neste momento. “Mas também tenho outros que me pedem mais contenção”, disse.

Montenegro afirmou do PSD como “a alternativa que conta” e um “farol de esperança”, traçando o objetivo de “unir Portugal” e “conquistar a confiança” do país. E acabou por reconhecer as críticas que lhe foram sendo feitas, à esquerda e à direita, ao longo dos últimos tempos: “Também sei que as pessoas esperam mais de mim do que aquilo que fui capaz de mostrar até agora”.

“De mim só podem esperar uma coisa: eu vou ser o que sempre fui”, concluiu. E descreveu-se como “honesto, solidário e humano”. “Serei o primeiro-ministro que Portugal precisa nos próximos anos”.

Uma postura de estabilidade e segurança a contrastar com o retrato que fez dos rivais socialistas, que não hesitou em classificar como “cristãos-novos” das contas certas. Uma referência em especial ao socialista Pedro Nuno Santos, que no passado dizia “marimbar-se” para os credores internacionais mas que agora se afirma como defensor do rigor orçamental. Segundo Montenegro, essas contas certas são um “pressuposto” para o PSD. “Não somos cristão-novos. Somos cristãos por convicção”, resumiu.

Montenegro confessou que estes últimos dias lhe deram um “suplemento de ambição, de energia, para dar a Portugal um grande governo, um governo social-democrata”. “Vamos ao trabalho”, apelou.

Montenegro promete a Cavaco: “Vamos estar à altura do seu legado”

Luís Montenegro deixou também uma palavra de agradecimento aos rostos de peso que marcaram presença no 41º Congresso do PSD, com destaque para Manuela Ferreira Leite, Aníbal Cavaco Silva e Nuno Morais Sarmento.

A Cavaco Silva, que apareceu de surpresa neste encontro partidário, gerando euforia entre os participantes, Montenegro dedicou uma palavra especial, considerando o ex-presidente do PSD o “responsável pelo maior e mais profundo legado de desenvolvimento que Portugal conheceu no pós-25 de Abril” e “grande inspiração para aquilo que vamos fazer em Portugal nos próximos anos”. “Vamos estar à altura do seu legado nos próximos anos em Portugal”, prometeu.

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