No seu discurso no 41.º Congresso do PSD, o presidente social-democrata deixou claro que Pedro Nuno Santos é o seu principal adversário, tecendo duras críticas ao candidato a secretário-geral do Partido Socialista, associando-o a um maior radicalismo do PS.
O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, não se coibiu nas críticas ao Partido Socialista (PS), mais concretamente ao candidato a secretário-geral Pedro Nuno Santos, que acusou de “imaturidade” e de estar do lado mais “radical” do PS, alertando para uma geringonça que se apresenta “agora com pele de cordeiro, a falar de mansinho”.
“Deus nos livre de ter um radical à frente do Governo, Deus nos livre de ter a imaturidade à frente do Governo”, disse Luís Montenegro no seu discurso no 41.º Congresso do PSD, que decorre este sábado em Almada.
Luís Montenegro disse que a escolha do dia 25 de novembro para a realização deste congresso foi propositada, “era uma oportunidade para lembrar aos portugueses que a liberdade nunca é um valor garantido”. “A liberdade constrói-se e garante-se na base da moderação, tolerância e responsabilidade”, valores que, mais do que uma vez, assegurou serem do PSD e já não do PS.
“Nem de propósito realizamos este congresso neste 25 de novembro, quando este país [a 10 de março] vai ter novamente a oportunidade de dizer não ao gonçalvismo, hoje adornado numa versão moderna que se batizou como geringonça. O seu mais fanático defensor não se chama camarada Vasco, chama-se camarada Pedro e tem uma cinderela chamada camarada Mortágua”, ironizou Luís Montenegro.
Pedro Nuno Santos foi, aliás, o principal alvo do líder do PSD, que quis ainda deixar alertas para os riscos de uma eventual nova geringonça, ao estilo da que aconteceu em 2015 e foi impulsionada pelo antigo ministro das Infraestruturas. “Os tempos são outros, os nomes agora são estes”, atirou, afirmando que uma nova geringonça apenas seria um “novo desígnio sociaista, bloquista e comunista”.
“Os princípios são os mesmos: nacionalizações, ocupação do aparelho do estado, baixos salários para todos, subsidiodependência, intolerância política, arrogância, degradação institucional e um novo desígnio socialista, bloquista e comunista, impostos máximos e serviços públicos mínimos”, vincou.
Segundo Montenegro, que discursou já em tom de campanha eleitoral, “o PS mudou de posição, a linha vermelha que o Mário Soares traçou para as esquerda do PS, a linha entre a moderação e radicalismo está agora no PSD”, afirmou Montenegro, frisando que “48 anos depois, o PS não derrubou muro nenhum, saltou o muro para o lado de lá”.
Sobre uma eventual vitória de Pedro Nuno Santos nas diretas do PS, o presidente do PSD não hesita em dizer que esse resultado poderá deixar muitos socialistas indignados. “Acredito que muitos socialistas se estejam a sentir órfãos com esta deriva radical e imatura”.