Montenegro deseja a Costa, "em nome dos portugueses, muito sucesso, felicidades e bom trabalho" no Conselho Europeu

1 jul, 13:23

António Costa assinalou "marca de qualidade da nossa democracia" com o "esforço" feito por Luís Montenegro na mobilização de apoios

O primeiro-ministro desejou as maiores felicidades ao seu antecessor, agora que António Costa já está indigitado como presidente do Conselho Europeu, cargo que assumirá a 1 de dezembro.

Numa conferência de imprensa a partir de São Bento, onde os dois almoçaram após a conferência de imprensa, Luís Montenegro quis desejar sucesso a António Costa, a quem disse ser um “gosto” receber.

“Ter a oportunidade, em nome do Governo, e creio que não é abusivo dizer em nome de Portugal e dos portugueses, a oportunidade de desejar muito sucesso, muitas felicidades, bom trabalho, uma vez que a exigência desta função é enorme”, disse.

Perante os jornalistas, numa declaração sem direito a perguntas por parte dos jornalistas, o atual primeiro-ministro realçou que António Costa recebeu “confiança esmagadora” entre os líderes dos 27 Estados-membros para uma função “de elevada exigência”.

“Pela parte do Governo português, a disponibilidade para a colaboração e cooperação será total, sabendo que não é nem mais nem menos do que se espera para os restantes 26 Estados-membros”, disse.

Costa agradece empenho

Depois de ouvir Luís Montenegro dizer que poderá sempre contar com o apoio do Governo de Portugal, António Costa afirmou que sabe bem o "esforço" que o primeiro-ministro fez para "mobilizar o conjunto dos apoio", nomeadamente no Partido Popular Europeu (PPE).

"É marca de qualidade da nossa democracia", reiterou o próximo presidente do Conselho Europeu, que espera "honrar a confiança" nele depositada por Portugal.

“Agradeço ao primeiro-ministro [Luís Montenegro] e ao Governo português não só o apoio, como o empenho, para que a eleição tivesse sido possível. Sei bem o esforço que o primeiro-ministro fez para mobilizar o conjunto dos apoios, não só no PPE [Partido Popular Europeu], mas também no Conselho Europeu. Uma marca da qualidade nossa democracia neste ano que celebramos os 50 anos do 25 de Abril”, defendeu o anterior líder do executivo.

“Sei bem que sempre que um português desempenha funções no exterior, quaisquer que elas sejam, é uma forma de valorizar o nosso país. E é isso que quero fazer e poder corresponder”, declarou o ex-primeiro-ministro.

Neste ponto, António Costa afirmou que pretende seguir a atitude dos cidadãos das comunidades emigrantes, ou o exemplo dos responsáveis políticos que no passado ou no presente, exerceram ou exercem funções institucionais.

Na quinta-feira à noite, o ex-primeiro-ministro português Costa foi eleito pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) presidente do Conselho Europeu para um mandato de dois anos e meio e toma posse em 1 de dezembro deste ano.

António Costa será o primeiro português e o primeiro socialista à frente do Conselho Europeu, e vai suceder ao belga Charles Michel (no cargo desde 2019) na liderança do Conselho Europeu, que junta os chefes de Governo e de Estado da União Europeia.

Primeiro-ministro de Portugal entre novembro de 2015 e abril de 2024, António Costa chefiou três governos, o último dos quais (2022/2024) com maioria absoluta do PS no parlamento. Demitiu-se das funções de primeiro-ministro em 07 de novembro de 2023, depois de a Procuradoria-Geral da República, através de um comunicado, ter referido que estava a ser investigado no âmbito da chamada Operação Influencer.

Em 24 de maio passado, o ex-primeiro-ministro socialista, a seu pedido, foi ouvido pelo Ministério Público no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), sem que tenha sido constituído arguido no processo.

No Conselho Europeu de quinta-feira, os líderes dos 27 Estados-membros propuseram também Ursula von der Leyen para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia e nomearam a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, para alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança. Ambas terão de sujeitar-se à votação no Parlamento Europeu.

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