Radares já renderam este ano mais de três milhões de euros à Câmara de Lisboa

19 jul 2023, 07:00
Radares em Lisboa (Foto: AWAY)

Desde o dia 1 de janeiro já foram “apanhados” 138 mil condutores em excesso de velocidade, mas mais de metade não pagou as coimas

A cidade de Lisboa tem atualmente a funcionar mais de 41 radares fixos e dois radares móveis e, em 2023, as multas já renderam à Câmara Municipal de Lisboa mais de três milhões de euros. Mas na realidade o valor deverá ser o dobro, uma vez que estes três milhões correspondem ao pagamento de menos de metade das multas aplicadas aos condutores apanhados por estes aparelhos que medem a velocidade.   

Ao todo, 138 mil condutores foram já apanhados em excesso de velocidade, mas apenas uma parte pagou o valor da coima, segundo dados da Câmara Municipal de Lisboa, a que a CNN Portugal teve acesso.

De acordo com fonte oficial da a autarquia,  até dia 10 de julho de 2023 “foram verificadas 137.953 infrações” - o  que faz uma média de 720 multas por dia.

Desde o início do ano também já foram processadas “103.415 infrações” e destas “foram pagos 44.774 autos de contraordenação”. Feitas as contas, “equivale a 3 157 556,44 euros de receita para a Câmara Municipal de Lisboa”. No entanto, não foram pagas mais de metade das contraordenações. Isto é, 58.641 das multas estão por pagar.

Julho e agosto de 2022 foram os piores meses

Olhando para os radares mais produtivos da cidade de Lisboa nos últimos seis meses, segundo os dados oficiais, os três que mais condutores apanham em excesso de velocidade ficam nestas três vias:

- Av. Lusíada, junto Hospital Lusíadas, sentido O>>E 
- Av. Eusébio da Silva Ferreira, frente ao C.C. Fonte Nova, E>>O 
- Av. Calouste Gulbenkian, ambos os sentidos 

Todavia, a velocidade máxima registada em Lisboa foi de 240 km/h, na Segunda Circular.

Apesar de julho e agosto serem, por norma, os meses preferidos para ir de férias e a o trânsito na capital diminuir, a verdade é que em 2022 estes foram os meses com mais condutores “apanhados”: 51.500 em julho, e 45.700, em agosto

Ao todo, se juntarmos os dois meses, isto representa uma média de mais de 1560 automobilistas em excesso de velocidade todos os dias.

Medina decidiu, Moedas avançou

Os 41 radares entraram em funcionamento a 1 junho do ano passado. 21 que substituíram equipamentos antigos e 20 foram colocados em novas localizações. Usam tecnologia mais avançada que permite "monitorizar várias vias".

Carlos Moedas sempre referiu que o objetivo dos radares era “aumentar a segurança rodoviária e diminuir os acidentes na cidade de Lisboa”. Recorde-se que a implementação dos novos radares como medida de segurança rodoviária foi decidida pelo anterior executivo, sob a presidência de Fernando Medina, e custou mais de dois milhões de euros.

O atual autarca de Lisboa defendeu mesmo que "é importante olhar para os radares de maneira diferente"."Não devem ser punitivos. As pessoas sabem as zonas onde vão estar os radares e nessas zonas sabem que têm de ir a uma velocidade que proteja as pessoas e, portanto, uma velocidade mais baixa. As pessoas têm a escolha de respeitar ou não”.

Mas o valor investido já terá sido em muito recuperado pela autarquia. Só no primeiro mês de funcionamento, ainda em junho de 2022, os aparelhos renderam, pelo menos, 5,1 milhões de euros em multas, registando 38.018 infrações. O que representou uma média de 1.267 infrações por excesso de velocidade por dia nas ruas da capital.

Veja aqui onde estão situados todos os radares na cidade de Lisboa.
 

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