Com base numa tecnologia avançada, estes 41 equipamentos conseguem identificar infrações nos dois sentidos e têm maior alcance, mas ainda não têm capacidade para apanhar quem está ao telemóvel. Saiba tudo o que muda nos aparelhos de controlo de velocidade
Os novos radares, espalhados pela cidade de Lisboa, entraram em vigor esta quarta-feira.
Para além dos 21 radares já instalados (e agora substituídos por aparelhos mais recentes), a capital conta com mais 20 medidores da velocidade, o que faz com que Lisboa tenha agora um total de 41 radares.
Todos os locais onde existem equipamentos, garante a autarquia, terão um painel de aviso de forma que o condutor fique a saber que ali está um radar. Certo é também que estes novos aparelhos têm uma tecnologia mais avançada que permite perceber e detetar situações que os anteriores não permitiam. Veja a localização dos radares e tudo o que vai mudar resultado da tecnologia mais avançada que está hoje em funcionamento: o Sistema Nacional de Controlo de Velocidade.
Onde estão os radares?
Radares em novos locais
- Avenida Santos e Castro (2)
- Avenida Lusíada (2)
- Avenida General Norton de Matos
- Avenida Padre Cruz (2)
- Avenida Marechal Gomes da Costa
- Avenida da Índia
- Avenida Infante D. Henrique (2)
- Avenida Dr. Alfredo Bensaúde (2)
- Avenida Almirante Gago Coutinho
- Avenida de Ceuta
- Avenida Calouste Gulbenkian
- Avenida Marechal Craveiro Lopes
- 2.ª Circular
- Avenida dos Combatentes (2)
Radares já existentes e substituídos por novos aparelhos
- Avenida da Índia
- Avenida de Brasília
- Avenida Infante D. Henrique (2)
- Avenida de Ceuta (2)
- Avenida General Correia Barreto (2)
- Avenida Estados Unidos da América (2)
- Avenida Marechal Gomes da Costa
- Avenida Almirante Gago Coutinho
- Avenida Eusébio da Silva Ferreira
- Avenida 5 de Outubro
- Avenida da Igreja
- Avenida Cidade do Porto
- Avenida João XXI
- Avenida Afonso Costa
- Avenida Eng.º Duarte Pacheco
- 2.ª Circular
- Avenida das Descobertas
O que os novos radares conseguem fazer?
Os novos aparelhos funcionam como base em 2 câmaras. A primeira serve para detetar o excesso de velocidade, já a segunda tem como missão analisar e controlar o fluxo de trânsito.
Controlo em várias vias e ambos sentidos
Estes equipamentos possibilitam o controle simultâneo de velocidade em várias vias e ambos os sentidos. Ou seja, mesmo que o aparelho esteja colocado num dos sentidos, ele consegue captar imagens dos dois. Isto ao contrário dos radares anteriores que apenas tinham capacidade de sinalizar o excesso de velocidade num sentido. Com esta nova tecnologia, a câmara consegue também alcançar viaturas em várias vias.
Longo alcance
Estes novos radares têm uma margem de captação maior. Por isso, conseguem detetar a velocidade durante maior distância. Ou seja, depois de se passar o radar, durante alguns metros, a câmara tem capacidade de detetar se a viatura entrou em excesso de velocidade. Isto, segundo as autoridades, evita a tentação de travar bruscamente e depois acelerar.
Ainda não registam telemóvel
Apesar de mais avançados, estes aparelhos ainda não conseguem identificar os condutores que vão a falar ao telemóvel. Uma tecnologia que existe já em alguns países, mas que em Portugal ainda não avançou devido à proteção de dados dos automobilistas.
Dados em tempo real
Estes radares fornecem vários tipos de dados, como o tráfego em tempo real. Isto é, revelam a velocidade, o congestionamento nas vias e ainda consegue contabilizar e identificar a tipologia dos veículos a circular nas estradas. Os anteriores não tinham esta capacidade.
Os novos aparelhos facilitam as multas?
Ao longo dos últimos anos, as autoridades têm revelado dificuldades em identificar condutores a velocidades superiores às permitidas, tendo em conta a fragilidade dos anteriores radares. Isto porque muitas vezes havia dificuldade a captar em condições as imagens das matrículas. Estes aparelhos têm melhor qualidade.
De acordo com informação avançada pela CML à CNN Portugal, este problema de falta de deteção condutores veio adensar-se em 2021: num total de 101.470 situações por excesso de velocidade, 21% dos condutores ficaram por identificar.
Comparando o ano de 2021 com o anterior, é possível verificar que entre as infrações que as autoridades conseguiram validar, são mais as consideradas muito graves. Em 2020, foram detetados 5.006 casos de excesso de velocidade muito graves. Em 2021, esse número subiu para 6.565.
Qual o critério de distribuição?
A Câmara de Lisboa anunciou em comunicado que a sinalização do trânsito decorre do Regulamento de Sinalização de Trânsito (sinal H43) e que foram instalados “painéis informativos” em todas as localizações dos novos radares, “de forma a sensibilizar os cidadãos para a necessidade de serem praticadas velocidades mais reduzidas, promovendo uma Lisboa + Segura”.
Segundo a câmara, a localização dos radares é sempre decidida “num trabalho conjunto com a Polícia Municipal”. No entanto, a autarquia garante que os aparelhos de controlo de velocidade são sempre implementados em zonas específicas de modo a existir um controlo de entradas e saídas da cidade, assim como para complementar posições existentes de radares e mitigar alguns fatores de risco como os acidentes e o excesso de velocidade em algumas artérias.
Neste novo mapeamento, não há radares sem sinalização ou aviso prévio para os automobilistas. "Não existem radares não visíveis”, diz fonte oficial da CML à CNN Portugal, acrescentando que "as fiscalizações de velocidade são sinalizadas cerca de 50 a 100 metros antes do local onde se encontra o radar”.
Relativamente aos 20 equipamentos instalados nos novos locais, estes foram decididos tendo por base a monitorização da sinistralidade da cidade. Esta decisão foi efetuada pela autarquia em articulação com a ANSR, considerando três critérios: controlar as entradas e saídas da cidade, complementar posições de radares existentes e mitigar fatores de risco (principalmente em vias com inclinação elevada e em três vias de trânsito no mesmo sentido).
Recorde-se que a Câmara Municipal de Lisboa investiu 2,143 milhões de euros na substituição dos velhos aparelhos e na compra dos novos 20. O anúncio da entrada em funcionamento dos 41 radares estava previsto acontecer até ao final de março, mas foi no mês de maio que a autarquia de Lisboa revelou que seria a 1 de junho a data de entrada em vigor destes aparelhos.