Homem de 78 anos morre na via pública no centro de Lisboa. Corpo esperou mais de cinco horas para ser recolhido

22 nov 2023, 17:59
Polícia e INEM

 

 

Cadáver ficou na rua, à vista de quem passava, tapado por um lençol branco e com dois agentes da PSP a vigiar o local

Um homem de 78 anos morreu, na segunda-feira, na Estrada dos Prazeres, em Lisboa, cerca das 12:00, mas o corpo só viria a ser recolhido mais de cinco horas depois. Numa publicação feita no Facebook, é possível ver o corpo numa área isolada - mas à vista de quem passa - tapado por um lençol branco junto a um muro do Cemitério dos Prazeres, enquanto é vigiado por dois agentes da Polícia de Segurança Pública à espera para ser levado.

Imagem publicada no Facebook e consultada pela CNN Portugal a 22 de novembro

Contactada pela CNN Portugal, a PSP confirma que o alerta para a situação foi dado cerca das 12:00 e que a vítima terá morrido na via pública na sequência de doença súbita.

"Ainda foram feitas tentativas de reanimação por duas enfermeiras que passavam no local", adiantou fonte das relações públicas da PSP, acrescentando que "não existem indícios de crime".

O INEM foi accionado, mas o óbito acabou por ser declarado no local. No entanto, a vítima, tapada com o lençol branco, permaneceu no mesmo local. Isto porque, apesar de a PSP ter contactado "a procuradora antes das 13:00" para a recolha do corpo, uma vez que o transporte de cadáveres deixou de estar sob a sua alçada e passou para os bombeiros, este só foi retirado "às 17:40". 

Uma demora justificada com o envio do pedido para que a procuradora desse ordem de recolha do corpo e devolução à PSP para acompanhamento da recolha do cadáver do local. 

À CNN Portugal, fonte dos Bombeiros de Dafundo, a corporação responsável pelo transporte do cadáver, revela que o pedido foi feito às 16:21, ou seja, três horas depois do contacto da PSP para a procuradora. 

"O pedido foi feito às 16:21 e a ambulância de transporte de cadáveres seguiu de Dafundo para o centro de Lisboa", afirma. Um trajeto que, de acordo com o Google Maps, demora sem trânsito, 18 minutos. Com trânsito sobe para cerca de 35.

Segundo o Portal do Ministério Público, em caso de "morte súbita em local público", esta "ocorrência deve ser de imediato comunicada à polícia", sendo "necessária a intervenção do Ministério Público, para decisão quanto à autópsia médico-legal".

"O MP avalia a informação clínica e outra que lhe é apresentada. Esta informação prende-se com as circunstâncias do falecimento e com a condição da pessoa, prende-se com antecedentes patológicos conhecidos, com suspeitas que venham a ser suscitadas, com hábitos de vida, etc. É informação clínica, informação trazida pelos Órgãos de Polícia Criminal, pelos familiares da vítima, ou por terceiros. Os familiares do falecido podem/devem contactar o MP e prestar as informações que entenderem necessárias tendo em vista o esclarecimento das circunstâncias em que a morte ocorreu. Dando conta de alguns aspetos da vida do falecido, estão a auxiliar o MP na decisão de realizar ou não a autópsia médico-legal. Em face da informação recolhida, o MP decide pela realização de autópsia médico-legal, ou pela sua dispensa."

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