V. Guimarães-Portimonense, 1-0 (crónica)

Bruno José Ferreira , Estádio D. Afosno Henriques
11 fev 2023, 22:39

Serviços mínimos na pressão ao quinto lugar

Décimo triunfo na Liga do Vitória, décimo triunfo pela margem mínima. Um V. Guimarães de serviços mínimos, sem deslumbrar, mas com competência, derrotou o Portimonense no D. Afonso Henriques (1-0), conquistando assim o terceiro triunfo consecutivo e a subida, ainda que à condição, ao quinto lugar.

Perante um conjunto algarvio que demorou a entrar no jogo, abusou nas bolas bombeadas a pensar no físico dos seus elementos, o Vitória demonstrou mais clarividência e mais argumentos. Marcou num lance de futebol direto, bola de Varela para Jota Silva, o extremo definiu bem e ficou aí, aos 22 minutos, estabelecido o resultado final.

Para não fugir ao que tem sido regra em Guimarães, a equipa de Moreno voltou a ter dificuldades a geria a vantagem e acabou com o credo na boca. A reação do conjunto de Portimão foi insuficiente, prevalecendo a vantagem mínima dos vimaranenses até ao último fôlego de João Pinheiro.

Bruno Varela indica o caminho a Jota

Até pelas bancadas o jogo começou estranho na cidade berço. Com os adeptos em silêncio nos primeiros doze minutos, em protesto, o jogo pareceu ressentir-se desse estigma. Muita bola pelo ar, muitos lances divididos e dificuldades, de parte a parte, para conseguir construir lances com cabeça, tronco e membros.

Procurou com mais afinco a equipa da casa encontrar o caminho para a baliza adversária. Jota Silva foi o protagonista, com Bruno Varela a indicar o caminho. Foi assim que os vimaranenses chegar ao golo ao minuto 22. Passe de Varela para as costas da defesa, Jota Silva ganha em velocidade a Relvas e desvia-se de Nakamura com um golpe de cabeça, atirando depois para a baliza deserta. Instantes antes Jota já tinha abanado as redes, mas estava em posição irregular.

E após ter aberto o ativo Jota esteve muito perto de fazer o segundo. Mais um passe longo de Varela, desta feita para André Silva, para o brasileiro servir o extremo no coração da área. Jota picou a bola sobre Nakamura, mas sem força suficiente, com Pedrão a ter ainda tempo de evitar novo golo.

Sem capacidade para criar perigo, apenas nos descontos o Portimonense teve um momento digno de registo, na sequência de um lance de bola parada. Pedrão desviou à queima-roupa, mas o guarda-redes do Vitória susteve a tentativa sem dificuldade. Esteve por cima o Vitória, e quando conseguiu libertar-se da teia algarvia criou perigo.

Tremedeira – desta vez – sem estocada

Fez mais na segunda metade o Portimonense, depois de uma primeira metade em que foi praticamente inoperante, com demasiadas bolas bombeadas e uma ausência quase total de critério. A correr atrás do prejuízo, e contando com uma já habitual quebra de rendimento dos vimaranenses quando estão na frentes, os algarvios foram colecionando aproximações à área de Varela.

Muitos lances de bola parada, a solicitar a subida das torres do conjunto de Paulo Sérgio, demasiadas quezílias e pouco futebol para amostra arrastaram o 1-0 com o cronómetro. Praticamente deixou de ter iniciativa o conjunto da casa, numa tremedeira inconsciente que tem sido uma constante.

O que aconteceu no jogo com o Desportivo de Chaves, com o Vitória de Guimarães a sofrer um golo no último minuto – ainda que tivesse capacidade para vencer – pairou no D. Afonso Henriques, mas o Portimonense não teve arte nem engenho para dar uma estocada nos vimaranenses, voltando a perder depois de na jornada anterior ter interrompido uma longa série de jogos sem vencer.

Triunfo suado do V. Guimarães, mas justificado, ultrapassando assim o Casa Pia na tabela classificativa, que ainda não disputou o seu jogo nesta jornada. O terceiro triunfo consecutivo chegou novamente numa prestação de serviços mínimos. Jogo incaracterístico dos algarvios, que apenas no fôlego final tiveram capacidade para provocar calafrios.

Mais Lidas

Patrocinados