Estoril-Rio Ave, 2-2 (crónica)

David Marques , Estádio António Coimbra da Mota, Estoril
19 ago 2022, 22:35

Um pequeno passo para cada lado

Quatro golos, momentos de bom futebol e indefinição. Foi desta forma que Estoril e Rio Ave iniciaram a 3.ª jornada da Liga num jogo que terminou com um empate a dois no António Coimbra da Mota.

A equipa da casa entrou melhor e adiantou-se no marcador aos 6 minutos por Rodrigo Magalhães, que se estreou a titular após duas partidas em que saiu do banco.

O 1-0 madrugador para o conjunto de Nélson Veríssimo parecia dar força a uma velha frase do léxico deste desporto. Futebol é momento.

Porque esse golo foi construído por duas novidades no onze dos estorilistas na noite desta sexta-feira (Rodrigo e o estreante Tiago Santos, que, lá está, aproveitaram o momento) e porque os canarinhos pareceram mais maduros nos 20 minutos iniciais.

Até esse momento, o Rio Ave foi sentindo muitas dificuldades para lidar com as transições rápidas da equipa da casa e o Estoril, ainda que sem grande ascendente mas muito mais eficaz e seguro de si, parecia mais próximo de dilatar a vantagem do que de a ter em risco.

Mas o futebol também não é só o momento. É também história. E ela dizia que o Rio Ave é tendencialmente feliz nas visitas ao António Coimbra da Mota: nas últimas 16, só por uma vez havia derrotado. Vale o que vale (talvez nada), mas…

Gradualmente, os vilacondenses foram estabilizando. Acertaram defensivamente e ganharam critério com a bola, ao ponto de terem conseguido virar o ascendente do jogo entre os 20 e os 30 minutos, com boas aproximações e um remate perigoso do competentíssimo Guga.

Na segunda parte, o Rio Ave reapresentou-se em campo com duas alterações.

Primeira: a entrada de Amine para o lugar de Vítor Gomes.

Segunda: uma atitude ainda mais impositiva do que a que tivera no seu melhor período dos 45 minutos iniciais.

O empate chegou aos 61 minutos pela cabeça de Costinha na sequência de uma bola parada que os estorilistas atacaram com menos um em campo (Siliki estava a ser assistido). Ainda assim, nada a dizer quanto à justiça.

Futebol é momento, lá está. E este Rio Ave, tal como havia prometido Luís Freire, jogava mais do que há uns dias em Alvalade.

O 1-2 chegou aos 73 minutos. A passe de Joca, Aziz marcou à antiga equipa e assinou uma reviravolta justa atendendo ao que se via na segunda parte: um Rio Ave impositivo, a jogar em campo todo; e um Estoril praticamente reduzido às transições.

Ainda assim, a equipa de Veríssimo conseguiu resgatar um ponto por Tiago Gouveia. Após uma jogada de insistência de Francisco Geraldes, a bola acabou por sobrar para o extremo cedido pelo Benfica, que fez o empate.

O futebol nem sempre é momento.

Nos minutos finais, a emoção do jogo subiu. O Rio Ave, que talvez tenha feito mais para levar os três pontos, ainda terminou o jogo reduzido a dez, por expulsão de João Ferreira (entrara aos 76m) nos descontos.

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