Boavista-Vizela, 2-2 (crónica)

Vítor Hugo Alvarenga , Estádio do Bessa, no Porto
30 out 2022, 17:34

Tarde erguer não dá saúde nem faz crescer

Boavista e Vizela empataram a dois golos (2-2) no Estádio do Bessa, em encontro referente à 11.ª jornada da Liga. Um bom espetáculo de futebol, nem sempre bem disputado mas com emoções fortes ao longo dos noventa minutos. Quatro golos, duas grandes penalidades, uma expulsão e incerteza até final. Jogo impróprio para cardíacos.

Watai (4m) colocou os axadrezados em vantagem, Matheus Pereira (6m) e Zohi (28m) deram a volta ao resultado, Yusupha fixou o resultado final (78m) na sequência de um castigo máximo.

O resultado acaba por assentar bem às duas equipas, embora os axadrezados tivessem ficado mais perto do triunfo, sobretudo no momento em que Buntic defendeu a segunda grande penalidade cobrada por Yusupha. Pelo que fez na primeira parte, a equipa visitante mereceu regressar a casa com um ponto. O Boavista ergueu-se demasiado tarde.

FICHA DE JOGO

A atravessar a pior fase da temporada (três derrotas e um empate, com eliminação da Taça de Portugal pelo meio), depois de um início de temporada digno de um Boavistão, a formação axadrezada apresentou-se na 11.ª ronda com um fato novo, preparado à medida por Petit.

O treinador do Boavista desfez a habitual tripla de defesas-centrais e optou por um 4x2x3x1 com o japonês Masa Matai como elo de ligação entre o meio-campo e o ataque. Os primeiros minutos foram de sonho para os homens do Bessa, surgindo precisamente Matai a inaugurar a contagem com um remate de belo efeito (4m), no primeiro jogo como titular na Liga.

Vizela de primeira

Foi sol de pouca dura, ainda assim. O Vizela também vinha de um desaire, após a melhor fase da época, e provou que o percalço caseiro frente ao Santa Clara não deixou mossa. Álvaro Pacheco teve de fazer duas alterações no setor defensivo devido à folha disciplinar e Raphael Guzzo recuperou a posição a meio-campo, depois de cumprir castigo.

Seria a maior novidade no onze visitante a anular a desvantagem logo ao sexto minuto de jogo. Zohi surgiu com espaço na direita e cruzou rasteiro. Osmanjic não conseguiu desviar ao centro, mas o lateral Matheus Pereira surgiu ao segundo poste para a finalização.

Matheus Pereira, defesa brasileiro de 21 anos, estreou-se esta tarde na Liga portuguesa e guardará boas recordações do duelo com o Boavista.

Pouco depois, ao minuto 8, o futebol parou para uma sentida homenagem coletiva a Bernardo Tengarrinha, ex-jogador que faleceu precisamente há um ano, devido a um linfoma de Hodgkin.

Com processos consolidados no seu tradicional 4x3x3, o Vizela pareceu-se sempre mais seguro em posse e conhecedor dos espaços que ia pisando no relvado, enquanto o Boavista tinha várias unidades em sub-rendimento e parecia pouco adaptado ao esquema tático inusitado.

Sem grande surpresa, embora não houvesse um claro ascendente no terreno de jogo, os forasteiros colocaram-se na frente perto da meia-hora (28m), quando Samu rematou para defesa incompleta de Bracali e Zohi surgiu na pequena área para o desvio decisivo.

Ainda antes do intervalo, nota para a lesão aparentemente grave do jovem Martim Tavares, que teve de ser retirado em maca, apresentando dores fortes no pé direito. Yusupha entrou e Petit fez mais duas alterações para o início da segunda parte, passando para um 4x4x2.

Uma resposta à Boavistão

Com Vukotic e Bozenik nos lugares dos desinspirados Makouta e Gorré, elementos naturalmente criativos e velozes, o Boavista reforçou a aposta num jogo coletivo, de maior coesão no corredor central.

A pressão axadrezada aumentou a partir do minuto 70 e o prémio chegaria pouco depois, na sequência de um erro tremendo de Bruno Wilson, que derrubou claramente Yusupha na área do Vizela. O avançado da Gâmbia assumiu a cobrança e bateu Buntic, assinando o 2-2 (78m).

Numa reta final de encontro repleta de incidências, o avançado do Boavista viria a conquistar novo castigo máximo, agora por falta de Anderson. Porém, à segunda oportunidade, o guarda-redes visitante fez uma enorme defesa e segurou um ponto (83m). A equipa do Bessa continuou em busca da vitória, alimentada pelo segundo cartão amarelo de Raphael Guzzo ao minuto 84, mas ela não chegou. O despertar foi demasiado tardio.

Patrocinados