Maldição de Guttmann sobrevive a «bis» de Jesus

14 mai 2014, 22:56
Estátua de Béla Guttmann

Oito derrotas do Benfica em finais europeias

«Nem em cem anos o Benfica vai conquistar outra taça europeia»
. A lendária maldição de Bélla Guttmann continua a fazer sentido depois do Benfica ter voltado a falhar na oitava final, em Turim, diante do Sevilha, depois da dupla vitória do húngaro nos anos sessenta.
 
Jorge Jesus foi o primeiro treinador a chegar a duas finais consecutivas depois de Bélla Gttmann mas, depois de uma primeira tentativa em Amesterdão, diante do Chelsea (1-2), também falhou a segunda, em Turim, diante do Sevilha. Antes do atual treinador, Sven-Goran Eriksson também jogou duas finais, mas com sete anos de diferença, tabém com dois desaires.

O treinador húngaro tinha saído zangado com o Benfica e, segundo conta a lenda, terá dito: «Nem em cem anos o Benfica vai conquistar outra taça europeia». Uma frase que foi recordada ao longo das últimas décadas, a cada derrota que o clube da Luz sofreu nas últimas oito finais em que participou.

Ainda na gloriosa década de sessenta, depois de Bélla Guttman, o Benfica perdeu mais três finais na Taça dos Campeões. A primeira, ainda com o estatuto de bicampeão, diante do Milan (1962/63), a segunda diante o Inter Milão (1964/65) e a terceira com o Manchester United (1967/68).

Quinze anos depois, o Benfica regressa às finais, com Sven-Goran Eriksson, em 1982/83, naquela que foi a sua primeira final na Taça UEFA, a antecessora da atual Liga Europa, perdendo diante dos belgas do Anderlecht, numa altura em que este título ainda se disputava em duas mãos.

No final da década de noventa, mais duas finais da Taça dos Campeões Europeus. A primeira com Toni, em Estugarda, em 1988, com uma derrota diante dos holandeses do PSV Eindhoven no desempate por grandes penalidades (5-6). Dois anos depois, em Viena, com novo desaire diante do Milan, no regresso de Eriksson, o segundo técnico do Benfica a bisar em finais.

Depois disto, só mesmo Jorge Jesus.

O atual treinador começou por chegar aos quartos de final da Liga Europa [eliminado pelo Liverpool], na sua primeira temporada, quando conquistou o primeiro título no Benfica. Depois foi até às meias-finais na segunda época [eliminado pelo Sp. Braga], enquanto na terceira passou pela primeira e única vez a fase de grupos da Liga dos Campeões e chegou mesmo aos quartos de final [eliminado pelo Chelsea].

Na última temporada, o Benfica alcançou a sua nona final, a primeira da era de Jorge Jesus, mas Ivanovic, nos descontos, ditou a sétima derrota do clube da Luz em jogos decisivos, depois de um jogo equilibrado com o Chelsea.
 
A maldição de Guttmann voltou a ser repetida vezes sem conta depois do desaire de Amesterdão e Luís Filipe Vieira, desta vez, levou-a a sério, trazendo o treinador húngaro, em forma de estátua, para o Estádio da Luz. A verdade é que o Benfica foi apenas um pouco mais longe, até ao desempate por grandes penalidades, mas, mais uma vez, regressa a casa sem a taça.

As dez finais do Benfica na Europa


1960/61, Taça dos Campeões (Berna): Benfica-Barcelona, 3-2 (Bélla Guttmann)

1961/62, Taça dos Campeões (Amesterdão): Benfica-Real Madrid, 5-3 (Bélla Guttmann)

1962/63, Taça dos Campeões (Londres): Benfica-Milan, 1-2 (Fernando Riera)

1964/65, Taça dos Campeões (Milão): Benfica-Inter Milão, 0-1 (Elek Schwartz)

1967/68, Taça dos Campeões (Londres): Benfica-Manchester United, 1-4 ap (Otto Glória)

1982/83, Taça UEFA: Benfica-Anderlecht, 0-1 e 1-1 (Sven-Goran Eriksson)

1987/88, Taça dos Campeões (Estugarda), Benfica-PSV Eindhoven, 0-0 (5-6 gp) (Toni)

1989/90, Taça dos Campeões (Viena): Benfica-Milan, 0-1 (Sven-Goran Eriksson)

2012/13, Liga Europa (Amesterdão): Benfica-Chelsea, 1-2 (Jorge Jesus)

2013/14, Liga Europa (Turim): Sevilha-Benfica, 0-0, 4-2 gp (Jorge Jesus)

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